Muitos de nós cultivamos em nossas mentes o conceito de um amor ideal, repleto de atributos físicos e emocionais que dificilmente encontram correspondência na vida real. Olhos de uma cor específica, inteligência em áreas particulares, talentos artísticos e até mesmo bens materiais se tornam exigências que, paradoxalmente, nem nós mesmos conseguimos atender. Amar, portanto, é ceder à imperfeição — um privilégio que poucos se permitem. Esse contraste entre idealização e realidade é o cerne de “A Lista do Sr. Malcolm”, filme baseado no romance de Suzanne Allain, adaptado ao cinema pela própria autora sob a direção de Emma Holly Jones.
A trama nos apresenta Julia Thistlewaite (Zawe Ashton), uma jovem aristocrata que vê seu status social ameaçado após ser rejeitada por Jeremy Malcolm (Ṣọpẹ́ Dìrísù), o solteiro mais cobiçado da época. Após um encontro na ópera, Julia descobre que não atende aos rigorosos critérios da lista de Malcolm para uma futura esposa. Humilhada publicamente, ela trama uma vingança engenhosa: com a ajuda de sua amiga Selina Dalton (Freida Pinto) e do primo lorde Cassidy (Oliver Jackson-Cohen), Julia transforma Selina na candidata perfeita para o exigente Malcolm. A intenção é simples: fazê-lo se apaixonar por Selina, apenas para depois ser cruelmente rejeitado.
Contudo, o plano de Julia desanda quando Selina, inicialmente motivada pela lealdade à amiga, começa a nutrir sentimentos genuínos por Malcolm. Esse dilema emocional não apenas ameaça expor a farsa, mas também coloca em risco a amizade entre as duas mulheres. Aqui, o filme levanta uma questão universal e atemporal: o que deve prevalecer, o amor ou a lealdade? A narrativa reflete as complexidades das relações humanas, evocando o universo literário de Jane Austen, tanto em sua ambientação do século 19 quanto na construção de personagens femininas fortes e multifacetadas. Julia, com sua sagacidade, ironia e um toque de arrogância, é claramente inspirada nas heroínas de Austen, cujas falhas frequentemente desencadeiam sua própria redenção.
Com uma estética impecável e um enredo envolvente, “A Lista do Sr. Malcolm” é uma comédia romântica que, embora não seja ousada em sua profundidade, encanta por sua leveza e pelo equilíbrio entre humor e charme. A narrativa flui com naturalidade, sustentada por diálogos espirituosos e intrigas sociais que prendem a atenção. A direção de Emma Holly Jones investe em uma atmosfera visualmente rica, destacando figurinos deslumbrantes e cenários sofisticados que remetem à época vitoriana.
O filme não busca reinventar o gênero, mas cumpre seu papel de entreter, oferecendo uma experiência divertida e cativante. Ideal para quem aprecia histórias de amor ambientadas em um contexto de convenções sociais rígidas, a obra é um convite a refletir sobre como nossas idealizações podem moldar — e, por vezes, complicar — nossos relacionamentos. Assim, “A Lista do Sr. Malcolm” entrega mais do que um romance de época: revela-se uma ode às imperfeições que tornam o amor, ainda que utópico, uma experiência profundamente humana. Muitos de nós cultivamos em nossas mentes o conceito de um amor ideal, repleto de atributos físicos e emocionais que dificilmente encontram correspondência na vida real. Olhos de uma cor específica, inteligência em áreas particulares, talentos artísticos e até mesmo bens materiais se tornam exigências que, paradoxalmente, nem nós mesmos conseguimos atender. Amar, portanto, é ceder à imperfeição — um privilégio que poucos se permitem. Esse contraste entre idealização e realidade é o cerne de “A Lista do Sr. Malcolm”, filme baseado no romance de Suzanne Allain, adaptado ao cinema pela própria autora sob a direção de Emma Holly Jones.
A trama nos apresenta Julia Thistlewaite (Zawe Ashton), uma jovem aristocrata que vê seu status social ameaçado após ser rejeitada por Jeremy Malcolm (Ṣọpẹ́ Dìrísù), o solteiro mais cobiçado da época. Após um encontro na ópera, Julia descobre que não atende aos rigorosos critérios da lista de Malcolm para uma futura esposa. Humilhada publicamente, ela trama uma vingança engenhosa: com a ajuda de sua amiga Selina Dalton (Freida Pinto) e do primo lorde Cassidy (Oliver Jackson-Cohen), Julia transforma Selina na candidata perfeita para o exigente Malcolm. A intenção é simples: fazê-lo se apaixonar por Selina, apenas para depois ser cruelmente rejeitado.
Contudo, o plano de Julia desanda quando Selina, inicialmente motivada pela lealdade à amiga, começa a nutrir sentimentos genuínos por Malcolm. Esse dilema emocional não apenas ameaça expor a farsa, mas também coloca em risco a amizade entre as duas mulheres. Aqui, o filme levanta uma questão universal e atemporal: o que deve prevalecer, o amor ou a lealdade? A narrativa reflete as complexidades das relações humanas, evocando o universo literário de Jane Austen, tanto em sua ambientação do século 19 quanto na construção de personagens femininas fortes e multifacetadas. Julia, com sua sagacidade, ironia e um toque de arrogância, é claramente inspirada nas heroínas de Austen, cujas falhas frequentemente desencadeiam sua própria redenção.
Com uma estética impecável e um enredo envolvente, “A Lista do Sr. Malcolm” é uma comédia romântica que, embora não seja ousada em sua profundidade, encanta por sua leveza e pelo equilíbrio entre humor e charme. A narrativa flui com naturalidade, sustentada por diálogos espirituosos e intrigas sociais que prendem a atenção. A direção de Emma Holly Jones investe em uma atmosfera visualmente rica, destacando figurinos deslumbrantes e cenários sofisticados que remetem à época vitoriana.
O filme não busca reinventar o gênero, mas cumpre seu papel de entreter, oferecendo uma experiência divertida e cativante. Ideal para quem aprecia histórias de amor ambientadas em um contexto de convenções sociais rígidas, a obra é um convite a refletir sobre como nossas idealizações podem moldar — e, por vezes, complicar — nossos relacionamentos. Assim, “A Lista do Sr. Malcolm” entrega mais do que um romance de época: revela-se uma ode às imperfeições que tornam o amor, ainda que utópico, uma experiência profundamente humana.
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