Quando “Crepúsculo: Amanhecer — Parte 2” chegou às telonas em 2012, trouxe alívio e nostalgia para os fãs da saga, encerrando uma das franquias mais lucrativas adaptadas de livros infantojuvenis. Em cinco filmes, acompanhamos a improvável jornada de uma jovem humana, um vampiro e um lobisomem em um triângulo de amores e dilemas intensos, equilibrando os prazeres e as agruras de relações tão peculiares quanto arriscadas.
A sensação de inadequação que cerca os protagonistas ao longo da trama foi crucial para conectar o público jovem à história. Adolescentes se identificaram com Isabella Swan, Edward Cullen e Jacob Black, encontrando nos personagens um espelho de seus próprios conflitos. Stephenie Meyer, criadora da série, escreveu seus livros buscando entreter e encantar, culminando num desfecho que o diretor Bill Condon moldou com cuidado, revisitando momentos-chave dos filmes anteriores e inserindo surpresas que mantêm o frescor do último ato.
O roteiro, assinado por Melissa Rosenberg, dá continuidade exata ao ponto onde o filme anterior termina: Bella agora é mãe de Renesmee, fruto de sua união com Edward. A chegada da filha introduz um elemento de mistério, pois a menina, interpretada por Mackenzie Foy, revela características fora do comum. O arco de Bella, agora transformada em vampira, oferece a Kristen Stewart a chance de trazer nuances inéditas à personagem, que encontra certa leveza em meio ao humor juvenil da narrativa, sempre ajustado às expectativas do público-alvo.
Apesar das críticas ao melodrama que permeia a saga, “Amanhecer — Parte 2” oferece reflexões interessantes sobre o impacto da franquia no cinema recente. Robert Pattinson rompeu com a imagem do pálido Edward ao explorar papéis desafiadores em obras como “O Farol” (2019) e “O Diabo de Cada Dia” (2020), além de encarnar o icônico Batman de Matt Reeves em 2022. Kristen Stewart, por sua vez, mostrou consistência em sua evolução artística, destacando-se como uma atriz dedicada e versátil. Já Taylor Lautner, o eterno Jacob, enfrenta dificuldades para escapar do estigma da saga, reforçando a ideia de que um filme pode significar diferentes trajetórias para seus atores.
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