A única série na história da Netflix a ultrapassar a marca de 1.500 dias no Top 10 mundial em mais de 100 países Divulgação / Netflix

A única série na história da Netflix a ultrapassar a marca de 1.500 dias no Top 10 mundial em mais de 100 países

“La Casa de Papel”, criada por Álex Pina, transformou-se em um fenômeno global ao longo da última década, conquistando tanto o público espanhol quanto espectadores de todos os continentes. Originalmente exibida pela emissora Antena 3 como uma minissérie de 15 episódios, a produção chamou a atenção ao contar a história de um grupo de assaltantes liderados pelo enigmático “Professor” (Álvaro Morte), cujo plano audacioso consistia em invadir a Casa da Moeda Real da Espanha para imprimir bilhões de euros. Em 2016, a Netflix adquiriu os direitos de distribuição, reeditou o conteúdo, ampliou o número de capítulos e lançou mundialmente a série, que rapidamente se converteu em um dos títulos mais vistos de seu catálogo, superando a barreira do idioma e consolidando a força de produções em língua espanhola.

Em meio a flashbacks, saltos temporais e a narração não confiável de Tóquio (Úrsula Corberó), “La Casa de Papel” subverte o tradicional gênero de assalto ao centrar a história em dramas pessoais, críticas sociais e referências à identidade espanhola. A canção antifascista “Bella ciao”, que aparece em momentos-chave da narrativa, transformou-se em símbolo da rebeldia que permeia a série, reverberando além das telas. Com o sucesso estrondoso das primeiras partes, a Netflix decidiu investir em mais temporadas, levando o grupo de assaltantes a um segundo golpe — agora no Banco da Espanha — e inserindo novos personagens, antagonistas, locações internacionais (como Panamá, Tailândia, Itália e Portugal) e desafios cada vez mais perigosos.

O resultado foi uma trajetória marcada por reviravoltas, romances proibidos, embates com forças policiais e militares, além de dilemas éticos que põem em xeque a lealdade entre os membros do bando. Toda essa combinação rendeu à série o Emmy Internacional de Melhor Série Dramática em 2018, reforçando seu status de fenômeno. Nas redes sociais, personagens como Berlim (Pedro Alonso), Nairóbi (Alba Flores) e Rio (Miguel Herrán) passaram a ser tema de debates apaixonados, prova do carisma de um elenco capaz de equilibrar o humor, o drama e a tensão de um crime à beira do fracasso.

Em 2021, La Casa de Papel chegou ao fim com sua quinta e última parte, dividida em dois “volumes”, encerrando o arco principal em um desfecho que mesclou ação desenfreada e despedidas emocionantes. Contudo, o universo criado por Álex Pina não permaneceu apenas nessa conclusão. Em junho de 2022, estreou a versão coreana, “La Casa de Papel: Coreia”, que adaptou o conceito original para a realidade da Península Coreana, trazendo novas dinâmicas e confirmando o apelo universal da história. Já no fim de 2023, foi a vez de Berlim, série derivada dedicada a um dos personagens mais icônicos da trama, ampliar o legado e a mitologia do grupo de assaltantes.

Agora, em 2025, a jornada de “La Casa de Papel” segue atual e influente. Seja pela força dos relacionamentos que conduzem a narrativa, pelas motivações sociais subjacentes a cada golpe ou pelo roteiro que alterna magistralmente ação e emoção, a série deixou marcas profundas na cultura pop. Sua consagração abriu portas para mais produções em espanhol e consolidou, de vez, o poder das criações internacionais na era do streaming. Mesmo após o desfecho oficial, o fascínio permanece vivo em spin-offs, remakes e em uma base de fãs que se estende por toda a Europa, América Latina e outros cantos do mundo. Assim, “La Casa de Papel” prova que, quando se reúne um roteiro inovador, um elenco carismático e uma execução impecável, o resultado pode ultrapassar fronteiras e se tornar, sem exagero, um acontecimento global.


Série: La Casa de Papel
Criador: Álex Pina
Ano: 2017–2021
Gêneros: Ação/Crime/Drama/Thriller
Nota: 9