Entre os cineastas mais celebrados de Hollywood, Steven Spielberg destaca-se como um mestre em equilibrar a busca por sucessos comerciais gigantescos com o desejo de explorar histórias que frequentemente desafiam a lógica convencional, todas permeadas por um sólido substrato científico. Em “Jurassic World: Domínio”, essa combinação encontra uma nova roupagem, ecoando o que o diretor consagrou em títulos como “E.T. — O Extraterrestre” (1982), “A.I. — Inteligência Artificial” (2001) e nas aventuras de Indiana Jones, além de “A Guerra dos Mundos” (2005), onde o confronto entre humanidade e criaturas desconhecidas revela reflexões sobre as próprias dinâmicas humanas. Com base na obra de Michael Crichton, Spielberg expandiu esse universo, ainda que “Jurassic World” tenha reduzido a fidelidade às ideias originais do autor, trazendo uma abordagem distinta que, paradoxalmente, revitaliza a franquia.
Sob a direção de Colin Trevorrow, o universo dos dinossauros ganha novos ares com personagens inéditos e subtramas diversificadas. Revisitando elementos do filme inaugural, cenas como a grua que desliza pelo habitat das espécies e a trilha sonora de Michael Giacchino despertam memórias nostálgicas nos espectadores que cresceram com a franquia. Bryce Dallas Howard retorna como Claire Dearing, enfrentando situações tensas ao lado de Chris Pratt, cujo Owen Grady traz para o centro do debate temas como ética científica, manipulação genética e convivência entre humanos e dinossauros. Além disso, rostos clássicos como Ian Malcolm (Jeff Goldblum), Ellie Sattler (Laura Dern) e Alan Grant (Sam Neill) dividem os holofotes, conferindo um tom autorreferencial que é a marca essencial das grandes franquias. Mesmo que não alcance a mesma profundidade de “Jurassic Park”, o filme consegue equilibrar a nostalgia com a inovação, mantendo-se como um capítulo digno dentro desse vasto universo cinematográfico.
★★★★★★★★★★