Em 245 a.C., Qin, localizado no extremo noroeste do território que hoje conhecemos como China, destacava-se como uma potência crescente. Esse reino, que levaria cinco séculos desde sua fundação em 777 a.C. para consolidar-se como o primeiro Estado unificado da China em 221 a.C., prosperava ao custo da destruição de povos vizinhos. Inspirado no mangá de Yasuhisa Hara, extremamente popular entre leitores japoneses, “Kingdom 4: O Retorno do Grande General” segue a jornada de Lin Xin, que, arrancado de sua liberdade e forçado a servir em uma terra hostil, luta incansavelmente por sua autonomia.
Neste quarto capítulo, Shinsuke Sato constrói uma alegoria sobre a resiliência japonesa em tempos de invasão, remontando a dois milênios antes da Primeira Guerra Sino-Japonesa, travada entre 1894 e 1895, e seus subsequentes impactos até 1945. Sato intensifica a fantasia com efeitos visuais marcantes e explora um ataque brutal e surpreendente que transforma o curso da narrativa. Pang Nuan, conhecido como o Deus da Guerra, lança-se contra Lin Xin e suas tropas, enquanto Qiang Lei lidera a resposta, resultando em perdas devastadoras durante a emblemática Batalha de Bayou, um dos trechos mais emocionantes do mangá mantido no roteiro adaptado por Tsutomu Kuroiwa.
Flashbacks revelam segredos dolorosos enquanto Ohki emerge como a figura central para confrontar uma ameaça que parece invencível. A trama retrocede para abordar a obsessão de Lin Xin por Wang Qi, interpretado por Takao Osawa, estabelecendo uma parceria inesperada que rouba a cena em momentos-chave. Enquanto isso, Li Mu, general implacável do reino de Zhao, assume papel de destaque, e o exército de Lin Xin ganha um aliado decisivo. Entre novatos e mercenários, as tropas enfrentam os célebres “Mil Comandantes de Qin”, conhecidos pela ferocidade em combate. Kento Yamazaki mantém sua presença magnética, contrastando com a experiência de Shun Oguri. Para o próximo filme, Sato promete um foco maior nos protagonistas e uma narrativa mais enxuta, arriscando provocar reações mistas nos fãs mais fiéis.
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