James Wan transformou o sétimo capítulo da saga de Toretto em algo que transcende os limites de um blockbuster tradicional. O diretor imprime seu estilo característico, presente em obras como “Sobrenatural” e “Jogos Mortais”, mas aqui o faz de forma integrada, criando uma experiência ágil e natural. Sem forçar conexões ou tentar conquistar a audiência com artifícios, entrega o que se espera de uma história repleta de velocidade e ação, mas não desprovida de emoção. A colaboração de Chris Morgan e Gary Scott Thompson no roteiro adiciona camadas inesperadas à trama, explorando novos ângulos na jornada de um grupo de entusiastas por carros, cujas atividades oscilam entre o mundo legal e o obscuro. Wan, por sua vez, responde com ousadia à questão de como renovar uma narrativa que já parecia exaurida.
A direção de fotografia de Marc Spicer e Stephen F. Windon exalta os cenários londrinos, enquanto a narrativa amarra acontecimentos anteriores de forma a capturar até mesmo os detalhes mais sutis. Jason Statham incorpora o implacável Deckard Shaw, cujo plano envolve usar tecnologia de ponta para caçar Dominic Toretto e sua equipe, enquanto Dwayne Johnson, como Luke Hobbs, traz um equilíbrio entre força bruta e ironia.
Letty, papel de Michelle Rodríguez, enfrenta dilemas entre sua memória perdida e uma conexão visceral com Dom, mesmo sem lembrar de seu passado. Kurt Russell surge como o enigmático senhor Ninguém, introduzindo o poderoso Olho de Deus, um sistema de vigilância que coloca Dom em uma missão crucial. O clímax, repleto de perseguições e explosões milimetricamente coreografadas, é marcado por uma homenagem ao falecido Paul Walker, encerrando o longa com uma mistura agridoce de nostalgia e simbolismo.
★★★★★★★★★★