Do topo das bilheterias ao streaming: o fenômeno da Netflix em 2024 segue entre os filmes mais assistidos de 2025 Divulgação / Netflix

Do topo das bilheterias ao streaming: o fenômeno da Netflix em 2024 segue entre os filmes mais assistidos de 2025

Um reino-mãe desmorona após o assassinato de seus monarcas, desencadeando conflitos internos que corroem a força de reação de seu povo. Sob o domínio do senador Balisarius, um regime implacável se estabelece, com seu general mais cruel caçando os dissidentes que rejeitam o novo governo. A fome e a barbárie emergem lentamente, mas a resistência se fortalece na adversidade. Essa narrativa encontra expressão em uma obra que combina cenas de ação impressionantes com reflexões perturbadoras sobre o futuro da Terra, caso a humanidade insista em sua busca insaciável por poder, à custa do meio ambiente e de sua própria existência.

No segundo capítulo, Zack Snyder aprofunda sua visão, centrando-se em uma protagonista marcada por tragédias pessoais e perdas devastadoras. A heroína, embora fraturada, redescobre sua força ao enfrentar adversários poderosos e enigmas sombrios. Ao lado dos corroteiristas Shay Hatten e Kurt Johnstad, o diretor explora a natureza resiliente dessa mulher, oferecendo um retrato complexo de sua luta por sobrevivência e redenção. Em paralelo, o longa reflete sobre a capacidade humana de superar dores profundas, destacando o pragmatismo necessário para transformar tragédias em oportunidades de renovação.

A jornada de superação é apresentada como um processo árduo, mas essencial. Os obstáculos emocionais, embora devastadores, podem ser enfrentados com determinação, permitindo que novas experiências surjam, carregadas de perspectivas diferentes e dramas renovados. Essa escolha de seguir em frente, por mais desafiadora que seja, revela-se um ato transformador, capaz de devolver à vida uma dimensão mais autêntica e menos sufocada pelo peso do passado.

O filme também aborda o anseio humano por autoconhecimento, um processo que exige confronto com fracassos e a construção de uma fortaleza interna contra as adversidades externas. A narrativa sugere que a busca por sabedoria e autoafirmação é um caminho tortuoso, mas indispensável para resistir à corrupção do espírito em um mundo marcado por misérias incuráveis e desafios constantes.

Zack Snyder constrói um universo fantástico que reflete sua assinatura visual e narrativa, aproveitando para expandir os limites de suas franquias. Aqui, tipos marginais se destacam por sua sagacidade, humor ácido e uma personalidade irresistivelmente singular. Sofia Boutella dá vida a Kora, uma guerreira cuja determinação enfrenta os opressores liderados pelo manipulador Balisarius, interpretado com intensidade por Fra Fee. O antagonista se revela não apenas pela violência, mas pela capacidade de subjugar os desvalidos com promessas vazias e táticas infalíveis de dominação.

A química entre Sofia Boutella e Ed Skrein mantém o ritmo frenético, com Skrein encarnando o vilanesco Atticus Noble, que retorna com sede de vingança. Este segundo capítulo mescla elementos de terror psicológico e romantismo em um cenário pós-apocalíptico. Snyder utiliza esses contrastes com maestria, entregando uma experiência tão visceral quanto introspectiva, que consolida seu domínio sobre o gênero.

Filme: Rebel Moon — Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes
Diretor: Zack Snyder
Ano: 2024
Gênero: Ação/Ficção Científica
Avaliaçao: 9/10 1 1
★★★★★★★★★