O filme mais fofo da Netflix vai derreter seu coração: doce e refrescante como um sorvete em uma tarde preguiçosa de verão Divulgação / Netflix

O filme mais fofo da Netflix vai derreter seu coração: doce e refrescante como um sorvete em uma tarde preguiçosa de verão

A juventude atravessa nossos dias como uma tempestade silenciosa, feita de pressões internas, cobranças imaginadas e expectativas que insistimos em cumprir para um mundo que sequer percebe nossa presença. É uma fase marcada por dilemas que variam entre a profundidade de um raso balde e as inquietações legítimas sobre o futuro. Há um receio constante de sermos pegos desprevenidos pelas curvas inesperadas da vida, sem que estejamos minimamente preparados — o que, como a experiência ensina, tende a se repetir com irritante frequência.

Esse turbilhão atinge o ápice no instante em que nos vemos obrigados a deixar o conforto da casa familiar e nos aventurar em um terreno incerto. O medo de que uma decisão adiada nos condene ao arrependimento irreparável surge como um grito. É neste contexto que Bennett Russell e Lona Skinner, protagonistas de “Doce Argumento”, se enfrentam no Clube de Debates da Escola Hemlock, competindo com fervor por um reconhecimento que mal compreendem. Sob o comando de Ben Shelton, a comédia romântica adolescente evita o risco da monotonia com a ajuda de um roteiro atento de Chad Klitzman, reforçado por veteranos que dominam seus papéis.

Histórias de amadurecimento sempre carregam verdades universais. Em um piscar de olhos, a juventude nos escapa, e nos vemos ansiando por quem nos chame de volta antes que seja tarde demais. A rivalidade entre Bennett e Lona, vividos por Jacob Latimore e Sami Gayle, desenrola-se sob o olhar atento da orientadora Kathy, interpretada por Helen Hunt. Nesse espaço de embates, ambos descobrem que o muro que os separa não é tão intransponível quanto parece.

Qualquer adulto experiente decifra rapidamente o destino dessa relação tão cheia de ironias, provocações e desafios. Shelton manipula com habilidade as nuances emocionais dessa conexão, sem apelar para discursos explícitos sobre as diferenças raciais que, inevitavelmente, atravessam a trama. O vínculo dos dois personagens revela-se uma força em potencial, capaz de levá-los além das limitações de suas ambições individuais. Dessa união improvável emergem conflitos e transformações que os colocam frente a frente com seus próprios sonhos — um duelo que é impossível condenar.

Filme: Doce Argumento
Diretor: Ben Shelton
Ano: 2018
Gênero: Comédia/Coming-of-age/Romance
Avaliaçao: 8/10 1 1
★★★★★★★★★★