O melhor filme de ação dos últimos 10 anos, com Keanu Reeves e Willem Dafoe, está na Netflix Divulgação / Summit Entertainment

O melhor filme de ação dos últimos 10 anos, com Keanu Reeves e Willem Dafoe, está na Netflix

Poucas produções recentes redefiniram o cinema de ação com a intensidade de “John Wick”. Inspirado por clássicos do gênero e pela temática de máfia, o roteiro de Derek Kolstad, transformado em filme por Chad Stahelski, resgatou a visceralidade do thriller com uma abordagem renovada. Stahelski, veterano do universo dos dublês, infundiu autenticidade em cada cena, criando um marco contemporâneo. No centro da narrativa está John Wick, um anti-herói singular que, interpretado por Keanu Reeves, transcendeu o clichê do justiceiro ao incorporar uma profundidade emocional raramente vista em personagens do gênero.  

John Wick, ex-assassino de aluguel, abandona a vida de crimes para viver ao lado de sua esposa. Contudo, a tragédia irrompe quando ela adoece e morre, deixando-o desolado. Antes de partir, sua esposa organiza a entrega de um filhote de cachorro, um gesto de amor para ajudá-lo a lidar com a solidão. O animal se torna o último elo de Wick com a mulher que amava, mas essa paz é abruptamente destruída ao cruzar o caminho de Iosef, filho do chefão da máfia Viggo Tarasov. Obcecado pelo Ford Mustang Mach 1 de Wick, Iosef invade sua casa, rouba o carro e assassina brutalmente o cão. Esse ato desperta a ira do lendário assassino, lançando-o em uma jornada de vingança que mergulha o submundo do crime em um caos absoluto.  

O desenrolar é uma sinfonia de ação impecavelmente coreografada. Cada cena de combate combina precisão técnica e brutalidade, evidenciando a habilidade letal de Wick. Keanu Reeves, dedicado ao papel, realizou 90% das cenas de ação, desde perseguições frenéticas a confrontos corpo a corpo. Para alcançar esse nível de realismo, Reeves se submeteu a um treinamento exaustivo, envolvendo jiu-jitsu brasileiro, manuseio avançado de armas e táticas de combate em espaços confinados. A autenticidade conquistada resulta em sequências que são tanto um espetáculo visual quanto uma exibição de competência técnica.  

A estética de “John Wick” é outro ponto crucial para sua identidade. Sob a direção de fotografia de Jonathan Sela, o filme utiliza uma paleta de cores em tons de néon e uma iluminação que realça contrastes dramáticos, evocando uma atmosfera noir contemporânea. Esse visual estilizado enfatiza a dualidade do mundo de Wick: sofisticado e perigoso. Cenários luxuosos e figurinos impecáveis reforçam essa tensão, conferindo ao protagonista a imagem de um guerreiro elegante, mas implacável.  

A combinação de narrativa envolvente, ação magistral e uma estética visual marcante posicionou “John Wick” como um ícone do cinema de ação moderno. Muito mais que um espetáculo de violência, o filme equilibra emoção, estilo e intensidade, redefinindo os padrões do gênero e consolidando sua posição como uma obra-prima atemporal.

Filme: John Wick — De Volta ao Jogo
Diretor: Chad Stahelski
Ano: 2014
Gênero: Ação/Policial/Suspense
Avaliaçao: 10/10 1 1
★★★★★★★★★★