A história de amor mais linda do cinema no século 21 é, também, filme mais caro já feito pela Miramax Divulgação / Miramax Films

A história de amor mais linda do cinema no século 21 é, também, filme mais caro já feito pela Miramax

Lançado em 2003, sob a direção de Anthony Minghella e com produção de Sidney Pollack, “Cold Mountain” transpõe para as telas o aclamado romance homônimo de Charles Frazier, publicado em 1997. Ambientado na Guerra Civil Americana, o filme conquistou tanto a crítica quanto o público, arrecadando cerca de 180 milhões de dólares globalmente e acumulando impressionantes 101 indicações a prêmios, incluindo sete no Oscar. Entre seus momentos de maior destaque está a atuação de Renée Zellweger, que levou para casa o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, em meio a um elenco de primeira linha.

A narrativa acompanha a trajetória de W.P. Inman (Jude Law) e Ada Monroe (Nicole Kidman), cujas vidas se cruzam de maneira breve, mas profundamente significativa. Ada, uma pianista refinada, deixa a cidade para acompanhar seu pai, o reverendo Monroe (Donald Sutherland), até a pacata região de Cold Mountain, na Carolina do Norte, em busca de repouso para sua saúde frágil. Às vésperas da Guerra Civil, os caminhos de Ada e Inman se conectam, mas são logo interrompidos quando ele é convocado ao exército confederado. Um único beijo entre os dois torna-se o símbolo de um amor que desafiará os horrores da guerra.

Ferido gravemente em combate, Inman é movido pela esperança ao receber uma carta de Ada e decide desertar, embarcando em uma perigosa jornada de volta para casa. Sua odisséia o coloca diante de adversários mortais, desde soldados inimigos até a implacável Guarda Civil, encarregada de caçar desertores. Paralelamente, Ada enfrenta uma batalha própria: após a morte do pai, ela se vê sozinha na tarefa de sustentar a fazenda da família. A chegada de Ruby Thewes (Renée Zellweger), uma mulher determinada e resiliente, transforma sua realidade. Em troca de abrigo, Ruby ensina Ada as demandas da vida rural, criando entre elas uma parceria marcada por amizade e perseverança.

Conforme a guerra se aproxima do fim e a derrota dos Confederados parece inevitável, o caos e a violência tomam conta. Ada, apesar das incertezas sobre o destino de Inman, agarra-se à esperança de revê-lo, mantendo-se firme em meio à desolação. Esse fio de esperança dá à narrativa um tom ao mesmo tempo melancólico e profundamente humano.

Um dos aspectos mais memoráveis de “Cold Mountain” é a exuberância de sua cinematografia, concebida por John Seale. As vastas paisagens, combinadas com uma paleta de tons terrosos, criam uma atmosfera que dialoga com o peso emocional da história. O contraste entre a beleza natural e a brutalidade da guerra é explorado de maneira magistral, transportando o espectador para o sul dos Estados Unidos no período mais sombrio de sua história.

O elenco estelar é outro pilar da produção. Jude Law entrega uma atuação comovente como Inman, equilibrando fragilidade e determinação. Nicole Kidman captura com delicadeza a transição de Ada de uma jovem refinada para uma mulher resiliente, enquanto Renée Zellweger brilha como Ruby, trazendo energia e vigor à narrativa. Juntos, eles criam uma dinâmica que potencializa o impacto emocional da trama.

Mais do que um relato sobre a guerra, “Cold Mountain” é uma história sobre resistência, amor e esperança em tempos de adversidade. Com uma narrativa envolvente, interpretações marcantes e uma direção visual de tirar o fôlego, o filme permanece como um marco do cinema contemporâneo, evocando reflexões sobre a condição humana em seus momentos mais extremos.

Filme: Cold Mountain
Diretor: Anthony Minghella
Ano: 2003
Gênero: Drama/Romance
Avaliaçao: 10/10 1 1
★★★★★★★★★★