A única comédia romântica da Netflix a ultrapassar a marca de 200 milhões de espectadores — e a contagem não para Divulgação / Netflix

A única comédia romântica da Netflix a ultrapassar a marca de 200 milhões de espectadores — e a contagem não para

Experimentar um amor que se perpetua nas minúcias do cotidiano é uma experiência rara, e ignorar sua força quase beira a crueldade. Elizabeth Allen Rosenbaum transforma “Continência ao Amor” em uma celebração modesta, mas genuína, do mais humano dos sentimentos, aquele que, em sua essência, carrega a capacidade de redimir os aspectos mais sombrios da existência. A diretora explora uma premissa amplamente conhecida, mas sempre impactante: o poder transformador do amor, especialmente em tempos de conflito. Inspirando-se no romance homônimo de Tess Wakefield, a trama, adaptada por Kyle Jarrow e Liz W. Garcia, rapidamente evidencia seu propósito: apresentar o amor em sua fragilidade inicial, um estado incerto e desajeitado que pode facilmente se dissipar quando negligenciado, mas também carrega o potencial de crescer e surpreender mesmo os mais céticos.

Sofia Carson, estrela formada sob os holofotes da Disney, assume o papel de Cassie, uma jovem audaciosa e determinada a conquistar um espaço no mundo da música enquanto luta para sobreviver como garçonete em Austin, Texas. Diagnosticada com uma forma agressiva de diabetes, ela enfrenta o peso de despesas médicas crescentes, até chegar ao ponto de não conseguir custear nem os medicamentos essenciais. Em busca de uma solução, Cassie propõe um casamento de conveniência a um amigo militar, que recusa a ideia. Luke, interpretado por Nicholas Galitzine, vê na proposta uma oportunidade para resolver seus próprios problemas financeiros e aceita o acordo, não por altruísmo, mas para garantir a segurança de sua família, ameaçada por dívidas perigosas. Com a iminente partida de Luke para o Iraque, a relação dos dois ganha nuances inesperadas, misturando interesses práticos e sentimentos que vão além do planejado.

Embora a narrativa flerte com tensões e conflitos emocionais, sugerindo a presença de uma certa toxicidade que remete ao caos dos relacionamentos reais, “Continência ao Amor” não busca grandiosidade ou comparações com obras densas como “Uma Mulher sob Influência”, de John Cassavetes. Ao contrário, é uma história romântica que se satisfaz em entregar uma trajetória cativante para seus protagonistas, equilibrando a complexidade de Cassie e as dificuldades de Luke de forma competente. Sem ambicionar mais do que o necessário, o filme se apoia em uma condução eficaz e entrega um final que, embora previsível, ressoa com honestidade e emoção.

Filme: Continência ao Amor
Diretor: Elizabeth Allen Rosenbaum
Ano: 2022
Gênero: Drama/Romance
Avaliaçao: 7/10 1 1
★★★★★★★★★★