Visto por 130 milhões de espectadores, terceiro filme mais assistido de 2024 na Netflix Divulgação / Netflix

Visto por 130 milhões de espectadores, terceiro filme mais assistido de 2024 na Netflix

Em um cenário saturado de filmes de ação repetitivos, que rapidamente se perdem na memória do público, as plataformas de streaming continuam apostando nesse gênero, atraindo audiências que buscam uma fuga temporária da rotina. O filme “Lift: Roubo nas Alturas” segue essa fórmula, oferecendo uma dose de entretenimento sem grande profundidade, mas que permite ao espectador uma breve fuga do cotidiano, com um toque de diversão perigosa.

Sob a direção de F. Gary Gray, um cineasta com um portfólio sólido, incluindo títulos como “A Negociação”, “Uma Saída de Mestre” e “Sexta-Feira em Apuros”, o novo longa-metragem protagonizado por Kevin Hart sugere uma aderência cada vez mais firme às fórmulas do cinema de ação convencional. A abordagem de Gray parece ter se distanciado da ousadia de projetos anteriores, entregando um roteiro de Daniel Kunka que, embora funcional, não traz inovações significativas ou qualquer tipo de inspiração criativa.

No entanto, o filme se destaca por seu elenco de peso. Kevin Hart, no papel de Cyrus, continua a ser uma presença constante em Hollywood, mas não está sozinho em sua missão de dar vida a esse thriller. A produção conta com performances notáveis de Gugu Mbatha-Raw, Sam Worthington, Vincent D’Onofrio, Jean Reno e Burn Gorman, cujas atuações conferem ao filme uma certa qualidade, apesar da previsibilidade do enredo. A interação entre os personagens, ainda que não seja particularmente carismática, garante uma base sólida para a narrativa.

Com uma estética polida e efeitos visuais chamativos, “Lift” constrói seu enredo em torno de Cyrus, um habilidoso ladrão de arte vigiado incessantemente pela Interpol, liderada pela agente Abby Gladwell (Mbatha-Raw). Quando a chance de capturar Cyrus é frustrada por seu superior, Huxley (Worthington), que prefere direcionar os recursos para outro criminoso de maior envergadura, Abby se vê obrigada a formar uma aliança improvável com o ladrão. Jorgensen (Reno), um ex-banqueiro agora financiador de grupos terroristas, se torna a figura central de um plano audacioso para roubar barras de ouro que financiarão ainda mais crimes contra a humanidade.

O esquema é típico de filmes de ação: cada membro do grupo de Cyrus possui uma habilidade única, que se revela essencial para a execução do plano. À medida que a missão se desenrola, o filme é repleto de sequências rápidas e adornadas com a sempre presente tecnologia digital, projetadas para impressionar. No entanto, essas cenas, embora visualmente agradáveis, acabam por não aprofundar os personagens ou sua história, mantendo o foco em uma ação que pouco provoca reflexão.

Em termos de personagens, “Lift” carece de grande profundidade ou apelo emocional. Seus protagonistas não são particularmente envolventes ou cativantes, mas a fórmula básica do gênero é bem executada. O filme é um exemplo de como a técnica e os recursos visuais podem ser utilizados para cumprir a missão primordial do cinema de ação: entreter. Para aqueles que buscam apenas uma diversão descomplicada, “Lift” oferece uma experiência satisfatória, sem grandes pretensões.

Filme: Lift: Roubo nas Alturas
Diretor: F. Gary Gray
Ano: 2024
Gênero: Ação/Comédia
Avaliaçao: 7/10 1 1
★★★★★★★★★★