Considerado perfeito: o filme que todas as pessoas deveriam assistir no primeiro dia do ano está na Netflix Divulgação / Film4

Considerado perfeito: o filme que todas as pessoas deveriam assistir no primeiro dia do ano está na Netflix

Duas estatuetas no Oscar de 2021 coroaram esta adaptação de Florian Zeller, que também assina o roteiro ao lado de Christopher Hampton. O longa captura a complexidade emocional da demência, explorando relações familiares com uma sensibilidade rara. Anthony Hopkins, em uma interpretação monumental, dá vida a um homem idoso que enfrenta a dissolução de sua memória, enquanto Olivia Colman encarna uma filha lidando com o peso de assistir ao pai perder o domínio sobre sua própria existência.

Baseado na peça homônima de Zeller, estreada há uma década nos palcos ingleses, o filme conserva sua essência teatral ao mesmo tempo em que expande os limites narrativos no cinema. A escolha de Hopkins como protagonista foi uma decisão central do diretor, que escreveu o papel com o ator em mente. Este encontro de talentos resultou em uma produção que não apenas emociona, mas também oferece uma experiência imersiva ao desorientar o espectador, refletindo o estado mental de Anthony.

A narrativa guia o público por uma jornada onde realidade e alucinação se entrelaçam, desafiando a percepção do tempo e espaço. Hopkins entrega uma performance visceral, que capta o desespero e a fragilidade de um homem diante do avanço implacável de uma doença que o despoja de sua identidade. Colman complementa o enredo com uma interpretação dolorosamente autêutica, ilustrando o impacto dessa situação sobre aqueles que amam e cuidam.

Mais do que uma reflexão sobre a demência, a história transcende o diagnóstico para abordar questões humanas universais: a fragilidade das memórias, o peso das perdas e a força dos vínculos afetivos. Cada cena é um convite à introspecção, ao mesmo tempo que desafia o público a confrontar a natureza efêmera da existência e a resiliência do amor diante das adversidades.

Hopkins descreveu seu trabalho neste filme como um marco pessoal e profissional, superando até mesmo seu aclamado papel em “O Silêncio dos Inocentes”. Sua entrega emocional, combinada à direção engenhosa de Zeller, cria uma obra que ficará gravada na memória coletiva, não apenas como um retrato da demência, mas como um testemunho do que significa ser humano.

Filme: Meu Pai
Diretor: Florian Zeller
Ano: 2020
Gênero: Drama
Avaliaçao: 10/10 1 1
★★★★★★★★★★