Em uma das atuações mais brilhantes e cativantes de Johnny Depp, um dos maiores romances dos anos 1990 está na Max Divulgação / New Line Cinema

Em uma das atuações mais brilhantes e cativantes de Johnny Depp, um dos maiores romances dos anos 1990 está na Max

Produzido por Francis Ford Coppola, “Don Juan DeMarco” (1995) marca a estreia de Jeremy Leven como diretor de um longa-metragem. Este romance encantador, estrelado por Johnny Depp, Marlon Brando e Faye Dunaway, não apenas concorreu ao Oscar, mas também se mantém como uma obra atemporal que mistura fantasia e emoção. Contudo, o filme traz uma nota agridoce: foi a única aparição da cantora Selena no cinema, antes de seu trágico assassinato uma semana após a estreia.  

A narrativa segue um jovem enigmático que acredita ser Don Juan, o maior sedutor do mundo. Vestido como um galante amante renascentista, ele é encontrado no topo de um outdoor, prestes a pular, alegando ter perdido sua razão de viver por amor. Esse gesto dramático mobiliza uma multidão e a polícia, até que o psiquiatra Jack Mickler (Brando), prestes a se aposentar, é chamado para intervir.  

Convencido a desistir do salto, Don Juan é colocado sob custódia e submetido a sessões de terapia com Mickler, acompanhado de medicação para prevenir novos episódios suicidas. Inicialmente cético, o psiquiatra encara o jovem como um caso típico de delírio ou fraude. Contudo, à medida que Don Juan compartilha suas memórias de amores intensos e sua visão apaixonada da vida, Mickler se vê enredado em um universo de beleza e romantismo que desafia a lógica.  

As histórias do autoproclamado sedutor, ainda que possam parecer fantasiosas, despertam algo adormecido em Mickler. Ele começa a reavaliar sua própria vida amorosa e seu casamento com Marilyn (Dunaway), redescobrindo a paixão que havia sido abafada pela rotina. As sessões de terapia deixam de ser apenas um diagnóstico clínico e tornam-se uma jornada transformadora para ambos os personagens.  

No decorrer da trama, surge uma reflexão profunda: a “loucura” de Don Juan seria, de fato, um transtorno mental ou a resistência da sociedade em aceitar alguém que vive intensamente fora dos padrões estabelecidos? Para Mickler, a visão poética e exagerada do amor apresentada pelo jovem revela não apenas uma perspectiva alternativa, mas uma crítica à frieza de uma sociedade que busca patologizar emoções profundas.  

“Don Juan DeMarco” é um filme que celebra o poder transformador da paixão. Com uma atmosfera que mescla erotismo, sedução e fantasia, a obra coloca o amor romântico como um elemento essencial à vida. Brando, em um de seus últimos papéis de destaque, entrega uma atuação marcante, equilibrando a experiência madura de seu personagem com o magnetismo de Depp, que brilha como o fascinante Don Juan.  

A trilha sonora também desempenha um papel crucial no impacto do filme. “Have You Ever Really Loved a Woman?”, composta e interpretada por Bryan Adams, recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Canção Original e se consolidou como um clássico romântico da década de 1990.  

Ao revisitar os conflitos entre razão e emoção, realidade e fantasia, “Don Juan DeMarco” se estabelece como uma narrativa que transcende o entretenimento, convidando o espectador a refletir sobre o valor da paixão e do amor em suas próprias vidas.

Filme: Don Juan DeMarco
Diretor: Jeremy Leven
Ano: 1995
Gênero: Comédia/Romance
Avaliaçao: 10/10 1 1
★★★★★★★★★★