Seres mecânicos de proporções colossais permanecem exilados na Terra, impossibilitados de retornar à sua origem enquanto enfrentam inimigos ainda mais ameaçadores. Esses antagonistas, seguidores de um deus alienígena cuja sobrevivência depende da destruição de planetas inteiros, adicionam um novo nível de caos e desespero ao conflito. A narrativa, pontuada por uma sutil crítica sociopolítica, reflete preocupações sobre o futuro da Terra e sua vulnerabilidade diante de forças externas, reforçando uma tendência recorrente no gênero. No terceiro capítulo da série, Michael Bay explora temas ideológicos com mais intensidade, transformando a batalha entre máquinas em uma metáfora sobre poder e controle. O diretor mantém a estrutura narrativa que garantiu o sucesso anterior, enquanto o elenco oferece performances que preservam a continuidade do universo já conhecido pelos fãs.
Bay apresenta uma visão de ficção científica em que criaturas extraterrestres assumem o destino humano, questionando de forma provocativa se as máquinas não seriam, ironicamente, melhores guardiãs do futuro do que seus próprios criadores. Nesse cenário, os Autobots e Decepticons retomam o embate por hegemonia em um planeta devastado, mas o maniqueísmo característico do diretor compromete possíveis nuances e complexidades. A grandiosidade visual toma a dianteira, desde a colisão de uma gigantesca estrutura metálica na Lua até os intensos confrontos em solo terrestre.
O roteiro de Ehren Kruger, embora criativo, favorece o espetáculo ao aprofundamento narrativo. Paralelamente, o casal formado por Sam Witwicky e Carly, interpretado por Shia LaBeouf e Rosie Huntington-Whiteley, tenta equilibrar a trama com momentos mais humanos. No entanto, o filme parece dialogar especialmente com os espectadores já familiarizados com a série, deixando de lado um apelo mais universal em favor de um espetáculo visual de escala monumental.
★★★★★★★★★★