A sétima arte, com sua inigualável capacidade de entreter e surpreender, sempre fascinou o público com suas narrativas de bastidores. Há décadas, histórias sobre os desafios por trás das câmeras intrigam os espectadores, revelando um mundo onde o glamour dos sets convivia com equipamentos pesados, cenários pintados e astros que se tornavam símbolos de uma geração. Eram tempos de galãs em trajes impecáveis, fugindo tanto de balas quanto das reações impetuosas das mulheres destemidas ao seu lado, enquanto caubóis e indígenas travavam batalhas por riquezas em um cenário árido e repleto de possibilidades.
“Babilônia” se alimenta dessas inspirações, especialmente de “Cantando na Chuva” (1952), o clássico que marcou a transição do cinema mudo para o falado. Ainda assim, Damien Chazelle imprime sua identidade ao longo dos 190 minutos de filme, aproveitando um elenco coeso para renovar cenas que poderiam soar familiares. A obra mergulha no caos que define o cinema, começando com Manny Torres conduzindo um elefante até um bacanal em Beverly Hills. Essa sequência inicial expõe o estilo do diretor-roteirista: uma narrativa sem concessões, conectando cenas aparentemente gratuitas ao cerne de sua proposta artística.
O brilho de Hollywood dos anos 1920 se revela por meio de figuras como Nellie LaRoy, determinada a cruzar portas exclusivas e a conquistar seu lugar sob os holofotes, graças à intervenção de Manny. Diego Calva e Margot Robbie entregam performances marcantes, explorando a complexidade de seus personagens e revelando um cenário onde o som emergente era visto como uma ameaça. Jack Conrad, vivido por Brad Pitt, reflete o charme e a fragilidade dos astros, enfrentando os dilemas de fama e relevância em uma indústria que mudou radicalmente.
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