“Irmãs” ultrapassa os limites do humor convencional para abordar as complexidades dos vínculos familiares e os desafios que moldam suas protagonistas. A trama acompanha duas irmãs, cujas personalidades e escolhas de vida são tão divergentes quanto complementares, enquanto revisitam a casa da infância, prestes a ser vendida pelos pais. A direção de Jason Moore evita clichês fáceis e aposta em uma construção narrativa que conecta o público a situações tanto inusitadas quanto profundamente relacionáveis.
Entre momentos de pura leveza e instantes de reflexão, o filme revela a capacidade do humor de transformar o ordinário em algo mágico, sem perder o toque humano que torna essas histórias tão universais. O roteiro de Paula Pell, ao mesmo tempo que foca nas protagonistas, amplia o horizonte ao dar voz a personagens coadjuvantes, que surgem em subtramas carregadas de propósito e autenticidade, compondo uma narrativa rica e multifacetada.
Maura e Kate Ellis são opostos que se atraem e se desafiam. Maura, a enfermeira altruísta que sempre colocou as necessidades alheias acima das próprias, reflete uma vida de renúncia em busca da estabilidade familiar. Em contraste, Kate, uma cabeleireira extrovertida e mãe solo que vive segundo suas próprias regras, prefere manter os outros a uma distância segura, aproximando-se apenas quando é estritamente necessário. Essa dinâmica se intensifica quando os pais anunciam a venda da casa onde a família cresceu, forçando as irmãs a revisitar não apenas os objetos, mas também as memórias e os conflitos que deixaram para trás.
O reencontro inevitável resulta em uma festa de despedida monumental, onde rivalidades antigas, como a de Kate com Brinda, vivida por Maya Rudolph, ressurgem com força cômica. O evento, que transborda nostalgia e caos, se transforma em uma oportunidade inesperada para reconexões e mudanças. Tina Fey e Amy Poehler entregam performances memoráveis, equilibrando o humor anárquico com momentos de sensibilidade, conduzindo o espectador por uma jornada que mescla gargalhadas, reflexões e um senso de encerramento emocional que ressoa profundamente.
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