Rodney James Alcala (1943–2021), batizado originalmente como Rodrigo Jacques Alcala Buquor, utilizou seu talento como fotógrafo para atrair, raptar, abusar e tirar a vida de jovens mulheres na Califórnia. Durante mais de dois anos, ele perseguiu suas vítimas com astúcia, escondendo-se sob uma aparência sedutora. Sua captura ocorreu em 14 de fevereiro de 1979, quando uma adolescente, ao escapar de suas garras, expôs o predador e desencadeou uma investigação detalhada. O caso revelou um número oficial de sete homicídios confirmados, mas autoridades acreditam que ele possa ter feito mais de cem vítimas. Mesmo em liberdade condicional, após pagar fiança, Alcala cometeu mais dois assassinatos brutais: uma jovem de 21 anos e uma menina de 12.
Anna Kendrick, ao assumir a direção de “A Garota da Vez”, entrega uma história que impacta por sua veracidade absurda. Sua abordagem vai além do factual, explorando nuances emocionais e sociais do caso, transformando o registro frio de um crime em uma análise sobre os limites da condição humana. Kendrick demonstra um domínio surpreendente da linguagem visual e narrativa, oferecendo uma profundidade que contrasta com o tom geralmente superficial de produções similares. Sua visão reflete maturidade artística, iluminando aspectos sombrios da psicologia de um predador e o impacto devastador sobre suas vítimas.
No centro da narrativa está Sheryl Bradshaw, uma atriz em busca de visibilidade no competitivo universo hollywoodiano. Em uma tentativa de alavancar sua carreira, ela se inscreve em um programa de namoro na televisão, tornando-se o alvo ideal para Alcala. A interpretação marcante de Daniel Zovatto captura a inquietante dualidade do criminoso, enquanto Autumn Best rouba a cena no ato final como Amy, a jovem que simboliza a sobrevivência e catalisa a investigação policial. O filme combina tensão e emoção em doses precisas, conduzindo o espectador por um labirinto de horror e coragem.
★★★★★★★★★★