Lançado há mais de 20 anos, “Casamento Grego” conquistou o público com um charme único e uma narrativa autêntica. Escrito e protagonizado por Nia Vardalos, o filme não apenas se tornou a comédia romântica mais lucrativa de todos os tempos, mas também desafiou convenções de Hollywood. Curiosamente, Vardalos ouviu de sua agente que não era “atraente o suficiente” para estrelar um longa. O sucesso retumbante desmentiu essa previsão, transformando o filme em um clássico cultuado.
A trama acompanha Toula Portokalos, uma mulher de 30 anos presa ao tradicionalismo de sua numerosa e excêntrica família grega. Empregada no restaurante da família, gerido pelo imponente Gus (Michael Constantine), Toula enfrenta as expectativas rígidas de seus pais. Gus e sua esposa Maria (Lainie Kazan) sonham vê-la casada com um “bom grego” para perpetuar a cultura e a linhagem. Entretanto, Toula aspira algo além do limitado horizonte que sua família desenhou. Ela quer estudar, trabalhar e moldar seu próprio destino.
Sua vida muda quando conhece Ian Miller (John Corbett), um professor de espírito livre. O amor entre os dois desafia as convenções familiares e culturais: Ian não é grego, o que inicialmente gera forte resistência de Gus. Mesmo assim, o casal decide seguir em frente, enfrentando não apenas a desaprovação paterna, mas também o embate entre os valores contrastantes de suas famílias. Enquanto os pais de Ian são reservados e formais, os parentes de Toula são ruidosos e calorosos, criando situações tanto cômicas quanto emocionantes. No entanto, o amor do casal supera os choques culturais, mostrando que compreensão e aceitação mútua podem triunfar.
O filme teve uma gênese incomum. Nia Vardalos concebeu o roteiro a partir de um monólogo que apresentava em pequenos teatros. Inicialmente ignorada pela indústria, ela encontrou apoio em Tom Hanks e sua esposa, Rita Wilson, que ficaram encantados com o projeto. A produtora do casal, Playtone, abraçou a visão original de Vardalos, recusando-se a ceder às pressões de outros estúdios que queriam substituir a atriz por alguém “mais convencional”. Inspirado nas vivências de Vardalos com sua família de imigrantes em Winnipeg, no Canadá, o roteiro preservou um senso de autenticidade raro.
Lançado como um projeto modesto, “Casamento Grego” surpreendeu, arrecadando cifras astronômicas e conquistando uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Mais do que um sucesso financeiro, o filme redefiniu a comédia romântica ao abordar questões de identidade cultural e família com humor e honestidade. Disponível na Netflix, a obra permanece um marco do gênero, lembrando que histórias genuínas têm o poder de transcender barreiras e cativar corações pelo mundo.
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