Lindsay Lohan é um exemplo vivo de resiliência. Após anos turbulentos que quase comprometeram sua carreira, a atriz dos anos 2000 retorna com força em “Pedido Irlandês”, dirigido por Janeen Damian. Este novo filme, impulsionado pela parceria entre Lohan e Damian desde “Uma Quedinha de Natal” (2022), vem na onda dos remakes e das revisitações nostálgicas que dominam o cenário atual da indústria cinematográfica.
“Sorte no Amor” (2006) foi um ponto de retomada na carreira de Lohan, após anos de polêmicas, festas e romances complicados que mancharam sua imagem. Em “Pedido Irlandês”, a atriz reencontra seu potencial, explorando com habilidade uma personagem complexa. Damian conduz a trama com segurança, dando espaço para que Lohan brilhe, especialmente em suas interações com um elenco de coadjuvantes que atua com propriedade.
O roteiro de Kirsten Hansen dá vida a Maddie Kelly, uma editora ambiciosa e ghost writer de Paul Kennedy, um escritor mediano. Convidada a ser madrinha do casamento de Emma Taylor, Maddie se vê envolvida em uma situação desconfortável: um casamento por conveniência que parece ser uma oportunidade de ascensão, mas que também revela armadilhas e dilemas morais. Nessa perspectiva, o filme faz eco à trama de “O Casamento do Meu Melhor Amigo” (1997), mas sem a mesma ousadia ou inspiração clássica.
O ponto forte do longa está no contraste entre personagens que, apesar de suas diferenças, parecem destinados a um ponto de convergência. Sentada sob uma árvore florida no bucólico Condado de Clare, Maddie faz um pedido à Santa Brígida, mudando o rumo de três vidas. A chegada de James Thomas (Ed Speleers), um fotógrafo cínico e inesperado, cria uma tensão romântica que sustenta a narrativa. Speleers, com charme discreto, rouba a cena em vários momentos, oferecendo uma dinâmica envolvente com Lohan.
“Pedido Irlandês” não é apenas um trocadilho leve; é uma história sobre escolhas, arrependimentos e redenção. Enquanto o roteiro flerta com clichês do realismo mágico, a autenticidade dos personagens e a paisagem deslumbrante da Irlanda conferem frescor à trama. Ao final, o filme sugere que a verdadeira sorte está em reconhecer nossas próprias limitações e ter a coragem de mudar o curso da vida.
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