George Miller, o visionário por trás da animação musical “Happy Feet: O Pingüim” e do universo brutal de “Mad Max”, retorna ao seu território mais emblemático com “Furiosa: Uma Saga Mad Max”. Este novo capítulo explora as origens da icônica personagem apresentada em “Estrada da Fúria”, interpretada anteriormente por Charlize Theron. Desta vez, Anya Taylor-Joy assume o papel, trazendo uma nova perspectiva para a heroína que se tornou um símbolo de resiliência em um mundo desolado.
O cenário distópico familiar se mantém: um futuro implacável, onde água potável é um luxo e territórios desérticos são disputados em conflitos incessantes entre facções. É nesse contexto que conhecemos uma jovem Furiosa, cuja infância é abruptamente interrompida ao ser sequestrada por Dementus, um líder mercenário insano, interpretado por Chris Hemsworth. Após assassinar a mãe de Furiosa, Dementus a vê como um instrumento para alcançar o mítico Vale Verde das Muitas Mães, uma terra de abundância e esperança em meio ao caos. No entanto, os planos do mercenário tomam um rumo inesperado com a intervenção de Immortan Joe, vivido por Lachy Hulme, que decide mantê-la sob seu domínio, vendo nela um potencial para integrar seu harém.
A convivência com Immortan Joe molda Furiosa, mas não apaga sua determinação. Ela começa a planejar sua fuga, raspando a cabeça para se disfarçar como guerreira, e ganha um aliado inesperado em Praetorian Jack, interpretado por Tom Burke. Juntos, eles desafiam a tirania de Joe e traçam um caminho de volta ao Vale Verde, movidos pela busca de justiça e pela proteção de outras mulheres subjugadas.
Visualmente, “Furiosa” é um espetáculo. Miller eleva o uso de CGI a um novo patamar, com impressionantes 20 mil cenas aprimoradas digitalmente, superando em dez vezes o volume de “Estrada da Fúria”. Ainda assim, os efeitos visuais não comprometem a narrativa; pelo contrário, complementam a intensidade emocional e a ação desenfreada que caracterizam a franquia.
A atuação de Anya Taylor-Joy é um dos destaques. Diferente da abordagem de Charlize Theron, Taylor-Joy imprime à personagem uma dualidade fascinante: fragilidade contida por trás de uma ferocidade crescente. Sua performance etérea e visceral dá à jovem Furiosa uma profundidade que enriquece a trama, mesmo diante de algumas inconsistências narrativas.
“Furiosa: Uma Saga Mad Max” reafirma a maestria de George Miller em criar histórias que, além de deslumbrantes, dialogam com temas de resistência e esperança. Embora não seja isento de falhas, o filme cumpre sua missão de capturar o público, oferecendo uma experiência cinematográfica memorável que honra o legado de “Mad Max” enquanto expande seu universo.
★★★★★★★★★★