Depois de conhecer o policial Robert Souza durante as gravações de “A Face Oculta da Lei” (2002), o cineasta Ron Shelton se inspirou em detalhes da vida dele para escrever o roteiro de “Divisão de Homicídios”, uma comédia policial estrelada por Harrison Ford e Josh Hartnett.
Souza, além de veterano na polícia, atuava como consultor em produções cinematográficas, contribuindo para a autenticidade das cenas policiais. Ele também trabalhava como corretor imobiliário para complementar sua renda, o que inspirou o papel de Joe Gavilan, interpretado por Ford.
Na trama, Gavilan e seu parceiro, K.C. Calden (Josh Hartnett), uma dupla não muito heróica, são encarregados de investigar o assassinato de integrantes de um grupo de rap em um clube noturno. Durante as investigações, descobrem que o crime está relacionado a disputas internas na indústria da música, alimentadas por traições, egos inflados e a busca por poder.
No entanto, o foco principal do filme não é o crime, que serve mais como pano de fundo para as questões pessoais enfrentadas pelos dois policiais. Enquanto conduzem a investigação, Gavilan e Calden lidam com seus próprios dilemas. Gavilan, por exemplo, atravessa uma crise financeira e tenta desesperadamente vender uma casa para um rapper a fim de salvar seu próprio imóvel de uma execução hipotecária. Paralelamente, ele vive um romance perigoso com a ex-mulher de seu maior inimigo: um membro da corregedoria que o persegue implacavelmente, investigando possíveis fraudes financeiras em suas contas.
Calden, por sua vez, sonha em abandonar a carreira policial para se tornar ator. Quando não está na delegacia ou nas ruas investigando crimes, dedica seu tempo a dar aulas de ioga, buscando uma conexão espiritual — e, não raramente, usando essa aproximação para atrair belas mulheres por quem se interessa.
O longa-metragem combina ação e comédia em uma hora e cinquenta minutos de entretenimento despretensioso e leve, embora um tanto incoerente. Nos bastidores, a relação entre Hartnett e Ford foi bastante tensa. Hartnett admitiu que os dois praticamente não conversavam fora das filmagens, enquanto Ford, por sua vez, declarou que este foi o pior papel de sua carreira e confessou ter aceitado o trabalho apenas pelo dinheiro.
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