Megan Fox está de volta: o suspense erótico com Michele Morrone mais visto do mundo em 2024 já está no Prime Video Divulgação / XYZ Films

Megan Fox está de volta: o suspense erótico com Michele Morrone mais visto do mundo em 2024 já está no Prime Video

Em tempos de avanços descontrolados na inteligência artificial, imaginar uma androide capaz de destruir uma família inteira parece menos ficção e mais um reflexo sombrio da realidade. “Alice: Subservience”, de S.K. Dale, se apoia nessa premissa para construir uma trama que mistura drama, suspense e uma crítica à dependência tecnológica. A obra, que tem roteiro de Will Honley e April Maguire, busca emular o impacto de clássicos do gênero ao apresentar Alice, uma androide perfeita em aparência e função, interpretada por Megan Fox. Ela chega à vida de Nick, um pai de família em colapso emocional, e a aparente solução transforma-se numa fonte de caos e destruição.

Nick é a imagem da desilusão: um homem que parece ter tudo, mas é corroído por uma tristeza silenciosa desde que sua esposa, Maggie (Madeline Zima), foi hospitalizada devido a uma doença grave. A fotografia de Daniel Lindholm, saturada em tons frios de azul e cinza, captura a solidão opressiva do protagonista. Uma ida despretensiosa a uma feira tecnológica com sua filha, Isla (Matilda Firth), leva ao encontro com Alice. Ela é um modelo de IA com rosto humano e comportamento programado para servir — uma solução elegante para problemas domésticos, mas com um custo invisível e assustador.

À medida que Nick se envolve com a androide, a dinâmica familiar se contorce. A aproximação entre Isla e Alice adiciona breves momentos de ternura, mas o filme se abstém de explorar profundamente as implicações dessa relação. A alusão à “Alice” de Lewis Carroll é clara e, ao mesmo tempo, provocativa — uma referência à ingenuidade contrastando com a sedução perigosamente controlada da androide. Essa dicotomia reforça a ideia de que a ilusão da perfeição pode ser uma armadilha mortal.

Embora Megan Fox traga um magnetismo irresistível à personagem, o filme não consegue se desvencilhar de clichês visuais e narrativos. A tentativa de criar um suspense sensual esbarra em uma exposição exagerada da beleza dos protagonistas. A direção parece confiar demais no apelo visual de Fox e Michele Morrone, deixando a reflexão sobre o impacto da IA em segundo plano.

“Alice: Subservience” tenta ecoar a sofisticação de obras como “Ex-Machina: Instinto Artificial”, mas não alcança a mesma profundidade filosófica ou psicológica. Ainda assim, o filme serve como um alerta estético e emocional sobre os perigos de delegarmos às máquinas o que é essencialmente humano. Ao fim, resta uma história sobre a fragilidade das relações e os limites difusos entre a servidão e a subversão.

Filme: Alice: Subservience
Diretor: S.K. Dale
Ano: 2024
Gênero: Ficção Científica/Terror
Avaliação: 7/10 1 1
★★★★★★★★★★