Na lista dos 10 melhores filmes da história, aventura permaneceu por 845 dias no Top 10 mundial do Prime Video Divulgação / New Line Cinema

Na lista dos 10 melhores filmes da história, aventura permaneceu por 845 dias no Top 10 mundial do Prime Video

J.R.R. Tolkien deixou uma marca indelével na literatura e na cultura popular, consolidando-se como uma das figuras mais influentes do gênero fantasia. Sua monumental criação, a Terra-Média, não é apenas um universo ficcional, mas um legado de profundidade mitológica, fundado em influências nórdicas, anglo-saxônicas e celtas. Essa complexidade, raramente vista em outras obras, faz de  “Senhor dos Anéis” uma referência incontestável no cenário literário e acadêmico.  

A grandiosidade de sua narrativa se estende além de uma mera história de amizade ou amor. A saga explora a dualidade da luz e das trevas, os pitorescos campos dos hobbits em contraste com a brutalidade de Mordor. O mundo de Tolkien não se limita ao escapismo infantil; é uma imersão em dilemas morais, conflitos de poder e sacrifícios, revelando sua maturidade narrativa.  

Quando Peter Jackson assumiu a desafiadora missão de transpor essa obra monumental para o cinema, o impacto foi imediato. “Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel” (2001) não apenas redefiniu a fantasia cinematográfica, mas elevou os padrões técnicos da indústria. A inovação em efeitos visuais e a fidelidade à essência de Tolkien foram fundamentais para o sucesso da adaptação. Jackson investiu cerca de 93 milhões de reais na produção, uma cifra que, à época, parecia ousada, mas que, comparada aos orçamentos astronômicos das produções contemporâneas de streaming, revela-se uma aposta visionária.  

O resultado? Uma bilheteria global de 888 milhões de dólares, somando quase 4 bilhões de reais. O filme foi amplamente reconhecido, com mais de 250 indicações e 125 prêmios conquistados, incluindo quatro Oscars: Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Canção Original e Melhor Maquiagem. Sua duração de três horas permitiu uma abordagem detalhada, respeitando a complexidade da jornada de Frodo Bolseiro, o jovem hobbit encarregado de destruir o Anel de Sauron.  

A trama central gira em torno de um único Anel, forjado para controlar outros 19 distribuídos entre elfos, anões e humanos. O desejo de Sauron era subjugar toda a Terra-Média, mas sua derrota física por Isildur não impediu que seu espírito continuasse a corromper aqueles que possuíam o Anel. De Isildur a Gollum, e finalmente Bilbo Bolseiro, o artefato permeia gerações, até chegar às mãos de Frodo, o único com pureza suficiente para resistir à sua influência destrutiva.  

A jornada até a Montanha da Perdição reúne uma sociedade improvável: Frodo e seus amigos hobbits Sam, Merry e Pippin, o anão Gimli, o elfo Legolas, o herdeiro humano Aragorn e Boromir. Juntos, enfrentam perigos constantes, tanto externos, como os orcs – força militar de Sauron –, quanto internos, através das tentações suscitadas pelo Anel.  

A estética do filme é um espetáculo à parte. Com cenários grandiosos e efeitos imersivos, Jackson transporta o público diretamente para a Terra-Média. O elenco, liderado por Elijah Wood, Viggo Mortensen, Ian McKellen e Cate Blanchett, entrega performances memoráveis. Destaque para Christopher Lee, o único ator a ter conhecido Tolkien pessoalmente, agregando autenticidade ao papel de Saruman.  

A trilogia dirigida por Jackson tornou-se um marco definitivo, não apenas na fantasia, mas no cinema global. Combinando narrativa envolvente, visual deslumbrante e técnica impecável, “A Sociedade do Anel” perpetua o legado de Tolkien, reafirmando seu lugar no panteão das grandes histórias universais.

Filme: Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel
Diretor: Peter Jackson
Ano: 2001
Gênero: Aventura/Épico/Fantasia
Avaliaçao: 10/10 1 1
★★★★★★★★★★
Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.