Na lista dos 55 melhores filmes da história, obra-prima indicada a 158 prêmios e vencedora de 2 Oscars está na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Na lista dos 55 melhores filmes da história, obra-prima indicada a 158 prêmios e vencedora de 2 Oscars está na Netflix

Christoph Waltz, ator austríaco com mais de quatro décadas de trajetória, consolidou-se como um ícone do cinema em 2010 ao interpretar o implacável coronel Hans Landa em “Bastardos Inglórios”, de Quentin Tarantino. Sua atuação, marcada pela fluidez multilinguística e um carisma inquietante, não apenas lhe rendeu aclamação mundial, mas também seu primeiro Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Este papel não foi apenas um marco pessoal, mas redefiniu sua carreira internacionalmente.

A colaboração com Tarantino não parou por aí. Em “Django Livre” (2012), Waltz retornou ao pódio do Oscar ao encarnar o dr. King Schultz, um ex-dentista alemão transformado em caçador de recompensas. A complexidade do personagem, que combina pragmatismo e ética, cativou audiências ao redor do mundo. Schultz liberta Django (Jamie Foxx), um escravo em busca de sua esposa, Broomhilda von Shaft (Kerry Washington), e juntos embarcam em uma perigosa missão para resgatá-la das garras do sádico fazendeiro Calvin Candie (Leonardo DiCaprio).

Candie, obcecado pela cultura francesa e organizador de lutas brutais entre escravos, torna-se o epicentro de uma narrativa repleta de tensão. Sob seu comando está Stephen (Samuel L. Jackson), um escravo devotadamente leal, cuja presença desafia e intensifica a dinâmica racial da trama. O disfarce de Schultz e Django como negociantes de escravos testa constantemente a linha entre dissimulação e confronto direto, culminando em cenas carregadas de violência estilizada, uma marca registrada de Tarantino.

Apesar de seu sucesso, “Django Livre” não escapou da controvérsia. Will Smith recusou o papel de Django, alegando discordâncias com a visão de Tarantino sobre a representação de escravos. Spike Lee também criticou a abordagem, considerando-a desrespeitosa. No entanto, o filme transcendeu as críticas, oferecendo uma narrativa que mistura justiça poética com reflexão histórica, ressoando como uma crítica social incisiva.

A produção recebeu dois Oscars: Melhor Ator Coadjuvante para Waltz e Melhor Roteiro Original para Tarantino. As performances de todo o elenco foram elogiadas, e a cinematografia de Robert Richardson, com sua paleta de cores que reflete as mudanças emocionais e climáticas, intensificou a atmosfera do filme. As cenas de inverno, dominadas por tons frios, contrastam magistralmente com os vibrantes tons quentes do sul do Mississipi, enfatizando a dualidade entre a liberdade e a opressão.

Disponível na Netflix, “Django Livre” continua a ser uma obra-prima que desafia gêneros, equilibrando ação, drama e crítica social. Ocupando a 57ª posição no ranking do IMDb, o filme de Tarantino permanece uma referência duradoura no cinema contemporâneo, oferecendo uma experiência visceral e intelectualmente estimulante para novas gerações.

Filme: Django Livre
Diretor: Quentin Tarantino
Ano: 2012
Gênero: Drama/Épico/Faroeste
Avaliaçao: 10/10 1 1
★★★★★★★★★★