Dizem que a juventude é a época ideal da vida para se aventurar. É a fase de arriscar, experimentar e viver sem freios, aproveitando o fôlego e a ousadia antes que as responsabilidades pesem sobre os ombros. Drogas, namoros, viagens… tudo faz parte desse combo de descobertas que a vida adulta insiste em sufocar com suas cobranças incessantes por sucesso e seriedade. De repente, viver deixa de ser um verbo livre e passa a ser conjugado com metas, prazos e expectativas.
É exatamente nessa encruzilhada que encontramos Jamie e Ben, interpretados por Kiernan Shipka e Nico Hiraga, na comédia “Sweethearts”, novidade da Max para fechar o ano. Amigos inseparáveis desde a infância e agora calouros na mesma universidade, eles percebem que suas vidas estão entrelaçadas demais com seus antigos namoros do ensino médio. Uma epifania um tanto embriagada em uma festa colegial os faz perceber que esses relacionamentos estão travando suas oportunidades de explorar novas amizades e experiências. Solução? Voltar para a cidade natal antes do Dia de Ação de Graças e terminar com seus respectivos parceiros.
Porém, como manda o manual das boas comédias, as coisas logo saem de controle. A jornada de Jamie e Ben se transforma em uma odisseia tragicômica repleta de percalços e situações absurdas. Depois de uma longa viagem de ônibus, eles se veem na busca frenética por seus parceiros, determinados a realizar seus términos. O que eles não esperavam é que precisariam de uma ajudinha extra: Palmer, o amigo gay que vive em Paris e está de volta para as festas de fim de ano. Interpretado por Caleb Hearon, Palmer rouba a cena com sua própria subtrama romântica e carrega uma boa dose de humor, além de trazer à história a leveza que só uma alma despretensiosa pode proporcionar.
Dirigido por Jordan Weiss, que também assina o roteiro ao lado de Dan Brier, “Sweethearts” brinca com clichês ao mesmo tempo que os desafia. Jake Bongiovi, filho de Jon Bon Jovi, faz uma participação especial como Kellan, um personagem levemente “desligado”.
A proposta do filme é clara: diversão sem compromisso. Nada de romances açucarados típicos de fim de ano. Aqui, o foco é um anti-romance, mostrando que a felicidade não precisa vir embalada em um “felizes para sempre”. Ben e Jamie são a prova viva de que estar solteiro pode ser libertador. O que poderia ser apenas mais uma comédia adolescente se transforma em uma reflexão leve sobre a importância de se redescobrir além dos relacionamentos.
★★★★★★★★★★