O livro mais lido no ano em que você nasceu — já leu?

O livro mais lido no ano em que você nasceu — já leu?

Entre 1930 e 2014, o universo literário passou por profundas transformações, com livros que não apenas refletiram seus tempos, mas também moldaram culturas, cativaram gerações e conquistaram espaços nas bibliotecas de todo o mundo. Alguns títulos tornaram-se best-sellers logo no lançamento; outros, publicados anos antes, tiveram um ressurgimento impulsionado por adaptações para cinema e televisão. A revista americana “Publishers Weekly”, referência no mercado editorial, compilou ao longo das décadas listas dos livros de ficção mais vendidos. Com base nesse levantamento, a “Revista Bula” ampliou e adaptou a seleção, trazendo os grandes sucessos traduzidos para o português e contextualizados para o público brasileiro.

A relação entre literatura e audiovisual transformou diversas obras em fenômenos globais. Livros como “E o Vento Levou”, de Margaret Mitchell, e “Harry Potter e as Relíquias da Morte”, de J.K. Rowling, ultrapassaram as páginas e se tornaram marcos culturais, reafirmando o papel do livro em um cenário midiático cada vez mais amplo. Essas histórias ganharam vida em diferentes formatos, atraindo novos leitores, impulsionando empréstimos em bibliotecas e reafirmando a força da literatura em um mundo cada vez mais visual.

Ao longo das décadas, autores como John Grisham e Stephen King dominaram as listas de vendas com sucessivos best-sellers, enquanto clássicos como “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, e “As Vinhas da Ira”, de John Steinbeck, conquistaram um status atemporal, atravessando gerações. No Brasil, muitos desses livros receberam traduções que ajudaram a consolidar seu impacto, mas algumas obras mantiveram seus títulos originais, como “The Yearling”, “Strange Fruit” e “Anthony Adverse”, reforçando sua identidade global.

A curadoria da “Revista Bula” buscou capturar essa dinâmica, selecionando livros que não apenas lideraram as vendas, mas também registraram recordes de leituras em bibliotecas entre 1935 e 2014. O resultado é um retrato da evolução dos interesses coletivos: histórias que dialogaram com o espírito de cada época, traduzindo medos, sonhos e inquietações. A lista também evidencia como certas obras se tornaram fenômenos culturais impulsionados por fatores como a internet, as redes sociais e a força das comunidades de leitores.

O objetivo desta seleção é oferecer um olhar pessoal e envolvente: descobrir qual foi o livro mais vendido e mais lido no ano do seu nascimento. Mais do que um exercício de curiosidade, é uma oportunidade de revisitar a história que marcou uma geração e refletir sobre o impacto duradouro dessas obras. O livro que dominou as estantes e bibliotecas naquele período carrega um fragmento da cultura e do espírito da época — e redescobri-lo é também uma forma de revisitar a nossa própria história.


1930 — Cimarron, de Edna Ferber


1931 — A Boa Terra, de Pearl S. Buck


1932 — Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley,


1933 — Anthony Adverse, de Hervey Allen


1934 — O Grande Motim, de Charles Nordhoff e James Norman Hall


1935 — Luz de Esperança, de Lloyd C. Douglas


1936 — E o Vento Levou, de Margaret Mitchell


1937 — Northwest Passage, de Kenneth Roberts


1938 — The Yearling, de Marjorie Kinnan Rawlings


1939 — As Vinhas da Ira, de John Steinbeck


1940 — Como Era Verde meu Vale, de Richard Llewellyn


1941 — As Chaves do Reino, de AJ Cronin


1942 — A Canção de Bernadette, de Franz Werfel


1943 — O Manto de Cristo, de Lloyd C. Douglas


1944 — Strange Fruit, de Lillian Smith


1945 — Forever Amber, de Kathleen Winsor


1946 — O General do Rei, de Daphne Du Maurier


1947 — O Milagre dos Sinos, de Russell Janney


1948 — O Grande Pescador, de Lloyd C. Douglas


1949 — O Egípcio, de Mika Waltari


1950 — Na Outra Margem, Entre as Árvores, de Ernest Hemingway


1951 — Até a Eternidade, de James Jones


1952 — A Leste do Éden, de John Steinbeck


1953 — O Manto Sagrado, de Lloyd C. Douglas


1954 — Mary Anne, de Daphne Du Maurier


1955 — Bom Dia, Tristeza, de Françoise Sagan


1956 — Amar Não é Pecado, de Grace Metalious


1957 — O Amor Tudo Vence, de James Gould Cozzens


1958 — Doutor Jivago, de Boris Pasternak


1959 — Exodus, de Leon Uris


1960 — América Violenta, de Allen Drury


1961 — Agonia e Êxtase, de Irving Stone


1962 — A Nau dos Insensatos, de Katherine Anne Porter


1963 — As Sandálias do Pescador, de Morris West


1964 — O Espião que Saiu do Frio, de John le Carré


1965 — A Fonte de Israel, de James A. Michener


1966 — O Vale das Bonecas, de Jacqueline Susann


1967 — Vidas Sem Rumo, de S. E. Hinton


1968 — Aeroporto, de Arthur Hailey


1969 — O Complexo de Portnoy, de Philip Roth


1970 — Uma História de Amor, de Erich Segal


1971 — Automóvel, de Arthur Hailey


1972 — Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach


1973 — Tubarão, de Peter Benchley


1974 — A Saga do Colorado, de James A. Michener


1975 — Ragtime, de E. L. Doctorow


1976 — Trinity: Três Famílias e a História da Irlanda, de Leon Uris


1977 — O Silmarillion, de J. R. R. Tolkien


1978 — Baía de Chesapeake, de James A. Michener


1979 — O Círculo Matarese, de Robert Ludlum


1980 — A Aliança, de James A. Michener


1981 — Casa Nobre, de James Clavell


1982 — E.T. O Extraterrestre, de William Kotzwinkle


1983 — Star Wars, o Retorno do Jedi, de James Kahn


1984 — O Talismã, de Stephen King e Peter Straub


1985 — Os Caçadores de Mamutes, de Jean M. Auel


1986 — It, a Coisa, de Stephen King


1987 — Os Estranhos, de Stephen King


1988 — O Cardeal do Kremlin, de Tom Clancy


1989 — Perigo Real e Imediato, de Tom Clancy


1990 — Planície de Passagem, de Jean M. Auel


1991 — Scarlett, de Alexandra Ripley


1992 — Eclipse Total, de Stephen King


1993 — As Pontes de Madison, de Robert James Waller


1994 — A Confissão, de John Grisham


1995 — O Homem que Fazia Chover, de John Grisham


1996 — O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder


1997 — A Montanha Gelada, de Charles Frazier


1998 — O Advogado, de John Grisham


1999 — O Testamento, de John Grisham


2000 — A Confraria, de John Grisham


2001 — Profanação, de Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins


2002 — Uma Vida Interrompida. Memórias de um Anjo Assassinado, de Alice Sebold


2003 — Harry Potter e a Ordem da Fênix, de J. K. Rowling


2004 — O Código Da Vinci, de Dan Brown


2005 — O Corretor, de John Grisham


2006 — Por Mais Um Dia, de Mitch Albom


2007 — Harry Potter e as Relíquias da Morte, de J. K. Rowling


2008 — O Recurso, de John Grisham


2009 — O Símbolo Perdido, de Dan Brown


2010 — A Rainha do Castelo de Ar, de Stieg Larsson


2011 — A Guerra dos Tronos, de George R.R. Martin


2012 — Cinquenta Tons de Cinza, de E.L. James


2013 — A Culpa é das Estrelas, de John Green


2014 — Destrua Este Diário, de Keri Smith


Carlos Willian Leite

Jornalista especializado em jornalismo cultural e enojornalismo, com foco na análise técnica de vinhos e na cobertura do mercado editorial e audiovisual, especialmente plataformas de streaming. É sócio da Eureka Comunicação, agência de gestão de crises e planejamento estratégico em redes sociais, e fundador da Bula Livros, dedicada à publicação de obras literárias contemporâneas e clássicas.