“Quando o sistema falha com você, você precisa criar seu próprio sistema.” A frase, dita por Marmalade (Camila Morrone), a enigmática anti-heroína que dá nome ao filme, é um prenúncio de confusão e reviravoltas. Quando os caminhos de Baron (Joe Keery), um jovem entregador de Correios lutando para sustentar sua mãe gravemente doente, se cruzam com os de Marmalade, sua vida ganha um novo colorido, mas também se transforma em um turbilhão imprevisível.
Baron está preso em uma rotina cinzenta, dividindo sua juventude entre a entrega de correspondências e os cuidados com sua mãe, Eda (Amy Warner), enquanto tenta desesperadamente conseguir um remédio superfaturado que pode salvar sua vida. Nesse cenário desolador, Marmalade, com seus cabelos vibrantes e aura contagiante, irrompe como um furacão de energia. Ela fala sem parar, irradia alegria e parece flutuar por onde passa. Seu sorriso é permanente, sua beleza quase hipnótica. Para Baron, Marmalade é uma lufada de ar fresco que preenche o vazio de sua existência.
É claro que a paixão floresce rapidamente. Como resistir à presença avassaladora dessa mulher misteriosa que promete ajudar Baron a cuidar de sua mãe? Mas suas palavras, por mais doces que pareçam, carregam uma ambiguidade inquietante: “Não se preocupe com sua mãe, agora estou aqui.” Será que Marmalade planeja ajudar de verdade, ou seus métodos envolvem remover Eda do caminho de uma vez por todas? Baron, ingênuo e ávido por esperança, não enxerga a tempestade por trás da brisa, deixando-se levar pelo caos encantador que Marmalade traz consigo.
Logo, as dificuldades financeiras de Baron entram na conversa, e Marmalade, com sua ousadia, propõe: “Vamos assaltar um banco.” O que começa como um plano insano rapidamente evolui para algo muito maior. Mas a história não é contada em tempo real; ela é narrada retrospectivamente por Baron, que está atrás das grades, compartilhando sua jornada criminosa com Otis (Aldis Hodge), seu companheiro de cela. A narrativa de Baron revela um jovem vulnerável, apaixonado e desesperado por soluções para seus problemas.
Otis, no entanto, não é quem parece ser. Ele é, na verdade, um agente do FBI disfarçado, tentando extrair informações cruciais sobre os assaltos realizados pela dupla e, principalmente, o paradeiro de Marmalade, que continua foragida. A missão de Otis é clara: ganhar a confiança de Baron e descobrir como encontrar a mentora desses crimes.
Com uma pegada vintage e uma atmosfera que mistura o charme de um faroeste vibrante com a leveza de uma comédia romântica, “Marmalade” (ou “Cúmplices de um Crime”) é uma obra cheia de reviravoltas e personalidade. A narrativa, divertida e excêntrica, transporta o público para uma jornada arriscada, onde o perigo e a paixão andam de mãos dadas. Um filme que, com suas peculiaridades e dinamismo, promete conquistar fãs de histórias de amor improváveis e aventuras ousadas.
★★★★★★★★★★