Romance do Prime Video, “Uma Ideia de Você”, dirigido por Michael Showalter, convida o público a refletir sobre questões urgentes como o etarismo e o sexismo, colocando em foco as pressões enfrentadas pelas mulheres em uma sociedade ainda profundamente marcada por padrões duplos. Estrelado por Anne Hathaway e Nicholas Galitzine, o filme acompanha a improvável relação entre Solène, uma mulher na casa dos 40 anos, e Hayes, um jovem astro de uma boy band, em meio ao vibrante cenário do festival Coachella.
A trama se desdobra a partir de um encontro fortuito nos bastidores do evento. Solène, que está no local acompanhando sua filha adolescente Izzy (Ella Rubin), acaba, sem querer, entrando no trailer de Hayes em busca de um banheiro. A interação entre os dois começa de forma despretensiosa, mas, mais tarde, durante uma sessão de autógrafos, Hayes demonstra interesse genuíno por Solène. A partir daí, o jovem cantor, intrigado, descobre que ela é proprietária de uma galeria de arte em Los Angeles, e uma inesperada conexão começa a se formar.
Logo, o casal se torna alvo da mídia sensacionalista, que explora o romance com um viés ácido e misógino. A narrativa mostra como Solène, apesar de bem-sucedida e independente, é rapidamente reduzida a um estereótipo pelas manchetes, que a atacam por sua idade e por ousar sair com um homem mais jovem. A enxurrada de críticas traz à tona a hipocrisia social: enquanto homens mais velhos frequentemente são celebrados por namorar mulheres mais jovens, mulheres na mesma posição enfrentam julgamentos severos e são vistas como inadequadas.
Essa dinâmica é exacerbada pelas críticas que Solène enfrenta sobre sua competência como mãe, levantando questões sobre o impacto do machismo na percepção pública. O filme explora essas tensões de maneira direta, ilustrando como as mulheres são colocadas sob constante escrutínio, mesmo quando alcançam posições de prestígio ou sucesso. O roteiro de Showalter constrói um espelho das injustiças diárias vividas por tantas mulheres, refletindo uma sociedade que frequentemente as posiciona como vilãs em suas próprias histórias.
Embora evoque memórias de clássicos românticos como “Um Lugar Chamado Notting Hill”, a produção carece do mesmo encanto emocional. A química entre Hathaway e Galitzine é convincente, mas o personagem de Hayes é retratado de forma superficial, limitando o impacto do romance. Apesar do carisma evidente de Galitzine, que combina traços angelicais com uma presença magnética, seu papel não alcança a profundidade necessária para gerar maior conexão com o público. Já Hathaway, com sua performance cativante e nuances emocionais, rouba a cena e dá força à narrativa, elevando o filme de um simples romance para algo mais substancial.
Um dos momentos mais marcantes do filme é quando Solène começa a se permitir vivenciar a relação, apesar das consequências. Sua resistência inicial é um reflexo direto das normas sociais que a cercam, mas o vínculo com Hayes transcende as barreiras impostas pela lógica ou pelo medo de julgamento. Essa jornada emocional resgata a força interior da personagem e a complexidade de suas escolhas, tornando-a ainda mais identificável para o público.
Embora não revolucionário, “Uma Ideia de Você” encontra seu valor ao equilibrar entretenimento leve com reflexões importantes sobre a desigualdade de gênero e os preconceitos enfrentados por mulheres. Ao desafiar os padrões sociais de forma acessível e sem abrir mão de sua mensagem central, o filme cumpre seu papel como um lembrete de que a luta por igualdade e respeito continua sendo tão relevante quanto nunca. Hathaway, com sua atuação impecável, é o coração pulsante da história, enquanto Galitzine, mesmo em um papel subaproveitado, adiciona um toque de doçura e vulnerabilidade à trama.
Apesar de suas limitações, o longa destaca discussões pertinentes sobre como a sociedade julga e define as mulheres, criando um retrato que, mesmo em meio a clichês, ressoa com autenticidade. Para quem busca um romance com propósito, “Uma Ideia de Você” entrega uma experiência satisfatória e um convite à introspecção.Romance do Prime Video, “Uma Ideia de Você”, dirigido por Michael Showalter, convida o público a refletir sobre questões urgentes como o etarismo e o sexismo, colocando em foco as pressões enfrentadas pelas mulheres em uma sociedade ainda profundamente marcada por padrões duplos. Estrelado por Anne Hathaway e Nicholas Galitzine, o filme acompanha a improvável relação entre Solène, uma mulher na casa dos 40 anos, e Hayes, um jovem astro de uma boy band, em meio ao vibrante cenário do festival Coachella.
A trama se desdobra a partir de um encontro fortuito nos bastidores do evento. Solène, que está no local acompanhando sua filha adolescente Izzy (Ella Rubin), acaba, sem querer, entrando no trailer de Hayes em busca de um banheiro. A interação entre os dois começa de forma despretensiosa, mas, mais tarde, durante uma sessão de autógrafos, Hayes demonstra interesse genuíno por Solène. A partir daí, o jovem cantor, intrigado, descobre que ela é proprietária de uma galeria de arte em Los Angeles, e uma inesperada conexão começa a se formar.
Logo, o casal se torna alvo da mídia sensacionalista, que explora o romance com um viés ácido e misógino. A narrativa mostra como Solène, apesar de bem-sucedida e independente, é rapidamente reduzida a um estereótipo pelas manchetes, que a atacam por sua idade e por ousar sair com um homem mais jovem. A enxurrada de críticas traz à tona a hipocrisia social: enquanto homens mais velhos frequentemente são celebrados por namorar mulheres mais jovens, mulheres na mesma posição enfrentam julgamentos severos e são vistas como inadequadas.
Essa dinâmica é exacerbada pelas críticas que Solène enfrenta sobre sua competência como mãe, levantando questões sobre o impacto do machismo na percepção pública. O filme explora essas tensões de maneira direta, ilustrando como as mulheres são colocadas sob constante escrutínio, mesmo quando alcançam posições de prestígio ou sucesso. O roteiro de Showalter constrói um espelho das injustiças diárias vividas por tantas mulheres, refletindo uma sociedade que frequentemente as posiciona como vilãs em suas próprias histórias.
Embora evoque memórias de clássicos românticos como “Um Lugar Chamado Notting Hill”, a produção carece do mesmo encanto emocional. A química entre Hathaway e Galitzine é convincente, mas o personagem de Hayes é retratado de forma superficial, limitando o impacto do romance. Apesar do carisma evidente de Galitzine, que combina traços angelicais com uma presença magnética, seu papel não alcança a profundidade necessária para gerar maior conexão com o público. Já Hathaway, com sua performance cativante e nuances emocionais, rouba a cena e dá força à narrativa, elevando o filme de um simples romance para algo mais substancial.
Um dos momentos mais marcantes do filme é quando Solène começa a se permitir vivenciar a relação, apesar das consequências. Sua resistência inicial é um reflexo direto das normas sociais que a cercam, mas o vínculo com Hayes transcende as barreiras impostas pela lógica ou pelo medo de julgamento. Essa jornada emocional resgata a força interior da personagem e a complexidade de suas escolhas, tornando-a ainda mais identificável para o público.
Embora não revolucionário, “Uma Ideia de Você” encontra seu valor ao equilibrar entretenimento leve com reflexões importantes sobre a desigualdade de gênero e os preconceitos enfrentados por mulheres. Ao desafiar os padrões sociais de forma acessível e sem abrir mão de sua mensagem central, o filme cumpre seu papel como um lembrete de que a luta por igualdade e respeito continua sendo tão relevante quanto nunca. Hathaway, com sua atuação impecável, é o coração pulsante da história, enquanto Galitzine, mesmo em um papel subaproveitado, adiciona um toque de doçura e vulnerabilidade à trama.
Apesar de suas limitações, o longa destaca discussões pertinentes sobre como a sociedade julga e define as mulheres, criando um retrato que, mesmo em meio a clichês, ressoa com autenticidade. Para quem busca um romance com propósito, “Uma Ideia de Você” entrega uma experiência satisfatória e um convite à introspecção.
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