George Clooney e Brad Pitt, conhecidos por sua colaboração em “11 Homens e um Segredo”, unem forças novamente em “Wolfs”, comédia de ação dirigida por John Watts. O filme evoca influências de Quentin Tarantino, mas suaviza as marcas registradas do cineasta — o excesso de sangue e as tiradas repletas de referências culturais. Ainda assim, a obra se destaca pela ênfase em diálogos afiados, que sustentam boa parte da narrativa. Na Apple TV+, o longa já se tornou um fenômeno global, registrando a maior audiência da plataforma até hoje.
Com uma química inegável, Pitt e Clooney tornam-se a espinha dorsal do enredo, conduzindo a história com carisma e leveza. Seus personagens, descritos como “fixers” — especialistas em resolver problemas de maneira discreta para clientes abastados —, vivem de lidar com situações moralmente questionáveis. Quando um crime ou escândalo ameaça expor os segredos da elite, são eles que garantem que tudo desapareça sem deixar rastros.
A trama começa quando Margaret (Amy Ryan), uma promotora de Nova York, se envolve em uma situação comprometedora após uma noite de excessos. Em um encontro casual com um rapaz bem mais jovem, o clima de sedução dá lugar ao caos quando ele sofre um acidente fatal em seu quarto de hotel. Desesperada, Margaret recorre ao personagem de Clooney, que, ao longo do filme, permanece sem nome. Ele a instrui a não tocar em nada, manter a calma e aguardar sua chegada. Contudo, as coisas se complicam quando o personagem de Brad Pitt, também contratado para a mesma tarefa, aparece no local.
O choque inicial dos dois “fixers” rapidamente se transforma em uma aliança forçada, já que Margaret e a proprietária do hotel (interpretada por uma personagem misteriosa) se recusam a abrir mão de seus respectivos contratados. A tensão entre Clooney e Pitt é palpável, e o desconforto permeia suas interações, especialmente após descobrirem uma grande quantidade de drogas na bolsa do suposto cadáver, que misteriosamente reaparece vivo. O jovem, identificado apenas como Kid (Austin Abrams), foge, complicando ainda mais a situação.
Agora, os dois protagonistas precisam não apenas localizar o rapaz desaparecido, mas também lidar com a ameaça de traficantes perigosos, que entram na trama em busca da droga desaparecida. Enquanto isso, a reputação de Margaret e do hotel de luxo está em jogo, exigindo uma solução impecável que elimine qualquer vestígio de escândalo.
Apesar das cenas de ação, “Wolfs” não se limita ao suspense ou aos perigos enfrentados pelos protagonistas. O coração do filme está nos diálogos rápidos e nas trocas de farpas entre Clooney e Pitt, que conferem um toque sofisticado à narrativa. Essa abordagem, somada à presença magnética dos dois atores, eleva a produção e mantém o público cativado do início ao fim.
A produção do filme ficou a cargo de Clooney e Pitt, que também atuaram como grandes impulsionadores do projeto. A disputa pelos direitos de “Wolfs” envolveu pesos-pesados da indústria, como Sony, Lionsgate, Apple e Netflix, mas foi a Apple quem levou a melhor. O resultado é um marco para a plataforma de streaming, consolidando o filme como sua maior estreia e provando o poder de uma parceria entre dois dos maiores nomes de Hollywood.
★★★★★★★★★★