Adaptação de um dos sucessos literários de Stephen King, com mais de 10 milhões de cópias vendidas, “A Hora do Vampiro” ganhou algumas versões para as telas, sendo a mais recente lançada em 2024, dirigida por Gary Dauberman, o mesmo de “It: A Coisa”. A história acompanha Ben Mears (Lewis Pullman), um escritor renomado que retorna à sua cidade natal, Jerusalem’s Lot, no estado do Maine — um cenário recorrente nas obras de King.
Ben retorna para investigar seu passado e buscar inspiração para seu próximo livro. Seus pais faleceram tragicamente em um acidente de carro quando ele ainda era criança. Após a tragédia, ele foi enviado para morar com parentes em outro estado, não tendo voltado à cidade até o momento presente, que marca o reencontro com as memórias e os mistérios que cercam Salem’s Lot.
Nos momentos iniciais do filme, o espectador é levado a acreditar que os eventos futuros girarão exclusivamente em torno de Ben, mas logo a narrativa amplia o foco, introduzindo outros personagens fundamentais. Entre eles, destaca-se Matt Burke (Bill Camp), professor respeitado em Salem’s Lot, cuja perspicácia é crucial para desvendar os segredos sombrios que pairam sobre a cidade.
Burke é o primeiro a suspeitar que algo terrível está afetando os moradores e coloca em risco a segurança de todos. Após ajudar o jovem Mike Ryerson (Spencer Treat Clark), que apresenta sintomas estranhos e um medo inexplicável, Burke passa a desconfiar que forças malignas estão em ação. Mike começa a adoecer após a morte de Danny Glick (Nicholas Crovetti), um menino que desaparece misteriosamente e retorna em condições debilitadas, sofrendo de anemia aguda. Apesar dos esforços, Danny não resiste e falece, marcando o início de uma série de mortes inexplicáveis na cidade.
Unindo forças, Burke reúne um grupo composto por Ben; Susan (Mackenzie Leigh), secretária em um escritório imobiliário e interesse amoroso do protagonista; a doutora Cody (Alfre Woodard), médica local; e Mark Petrie (Jordan Preston Carter), um garoto corajoso e amigo de Danny Glick, que eventualmente também assume certo protagonismo na trama. Juntos, eles investigam o recém-chegado Kurt Barlow (Alexander Ward), um antiquário que, secretamente, é um vampiro responsável por uma série de rituais macabros, transformando os moradores em seres das trevas.
O filme apresenta uma atmosfera vintage que remete aos anos 1980, com um toque de nostalgia semelhante ao de “It”, também dirigido por Dauberman. Com personagens carismáticos e momentos dinâmicos, o longa prende a atenção com reviravoltas interessantes, ainda que não explore profundamente o desenvolvimento de seus personagens. Barlow, com uma aparência claramente inspirada no clássico Nosferatu, evoca referências cinematográficas que agradam aos fãs do gênero.
Apesar de críticas mistas e de ser subestimado por alguns, “A Hora do Vampiro” oferece exatamente o que promete: entretenimento de qualidade, especialmente para fãs de filmes de terror e suspense com toques de nostalgia. Dauberman entrega uma obra divertida, com elementos que agradam tanto aos conhecedores de Stephen King quanto aos apreciadores de cinema B.
★★★★★★★★★★