Para quem ama Agatha Christie: o melhor mistério do Prime Video que você (provavelmente) ainda não viu Divulgação / Warner Bros.

Para quem ama Agatha Christie: o melhor mistério do Prime Video que você (provavelmente) ainda não viu

Talvez Sherlock Holmes jamais de deixe de ser o detetive mais célebre da ficção. As primeiras histórias protagonizadas pelo investigador particular, um filho de camponeses nascido em meados do século 19, começaram a ser publicadas em 1887, e incontinente o britânico Arthur Conan Doyle (1859-1930) tornou-se um dos escritores mais incensados de seu tempo. Com o passar dos anos, mingou o interesse do público por aquele homem delgado, sempre envolto numa grossa bruma de mistério, fenômeno que poderia ser explicado pelo imediatismo da inteligência artificial, pela imaginação cada vez mais escassa do leitor, e, claro, pelos caprichos do politicamente correto. 

Todavia, “Sherlock Holmes 2: O Jogo de Sombras” tem o condão de resgatar boa parte do espírito aventureiro do personagem, tentando chegar ao autor de uma série de homicídios em meio a insurreições populares de um lado e o casamento de John Watson, seu fiel escudeiro, do outro. O roteiro de Kieran e Michele Mulroney trafega com desenvoltura entre esses dois polos, às vezes até esticando a corda a fim de alcançar um certo frescor narrativo.

Em 1891, pesadas nuvens de discórdia pairam sobre a Europa, dividida entre França e Alemanha e os atentados que infernizam o cotidiano do cidadão comum. De quem era a culpa, dos nacionalistas ou dos anarquistas? Sherlock Holmes não crê em nenhuma dessas hipóteses, e reúne seus apontamentos para iniciar seu novo caso, preparando-se para, talvez, trabalhar dobrado. Watson planeja abandonar a velha vida de perseguir loucos e criminosos depois da união com a bela Mary Morstan, e a situação fica assaz confusa no momento em que Holmes não vê nada de mais em embarcar com os noivos para a lua de mel, piorando bastante quando o detetive resolve atirar Mary para fora do trem — em sua defesa, há que se dizer que, em agindo assim, ele salvou-lhe a pele. 

Nesse primeiro núcleo, o diretor Guy Ritchie concentra a essência dos contos de Conan Doyle, investindo num rol de subtramas que situam o espectador (e quem sabe o leitor também), valendo-se da coesão das performances de Robert Downey Jr., Jude Law e Kelly Reilly. Os três atravessam o filme e aproximam-se do professor James Moriarty de Jared Harris, com espaço ainda para o grupo de ciganos na periferia de Paris, onde ganham uma aliada poderosa, Simza Heron. Noomi Rapace é a cereja do bolo aqui, dando alguma substância dramática aos delírios de Ritchie, bastante fiéis, aliás, ao original.

Filme: Sherlock Holmes 2: O Jogo de Sombras
Diretor: Guy Ritchie
Ano: 2011
Gênero: Ação/Mistério
Avaliaçao: 8/10 1 1
★★★★★★★★★★