“The Ridiculous 6” representa um dos pontos mais baixos na longa trajetória de Adam Sandler no gênero de comédia. A fórmula desgastada, já evidente em “Gente Grande” e “Cada Um Tem a Gêmea Que Merece”, ganha nova roupagem sob a direção de Frank Coraci. Sandler interpreta Tommy Stockburn, um homem branco que, após ser abandonado pelo pai e perder a mãe, cresce entre apaches. Sob o nome de Faca Branca, ele se transforma em um exímio lutador, mas vive sem grandes aspirações até que seu passado o obriga a enfrentar desafios inesperados. A busca por seus irmãos desconhecidos é o fio condutor de uma trama estendida por mais de duas horas de humor raso, trocadilhos previsíveis e cenas escatológicas, tornando a experiência desgastante.
Nesta produção, Sandler não apresenta vestígios do talento que surpreendeu em “Joias Brutas” ou mesmo da sensibilidade vista em “Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe”. Faca Branca é um personagem dividido entre dois mundos, sem pertencer verdadeiramente a nenhum deles. Disfarçado de apache, com sotaque artificial e roupas típicas, ele parece uma caricatura mal desenvolvida. Ao reencontrar seu pai, Frank, descobre que o velho foi capturado por Cícero, interpretado por Danny Trejo, um vilão sem complexidade que serve apenas para empurrar a história adiante. A jornada de Faca Branca ao lado de seus cinco meio-irmãos promete uma narrativa de descobertas, mas entrega apenas situações clichês e um arco frágil.
Apesar desse tropeço, Sandler tem mostrado, em trabalhos recentes, sinais de amadurecimento. Produções como “Arremessando Alto” e “Joias Brutas” sugerem que ele pode encontrar novos caminhos ao explorar personagens mais complexos e narrativas mais profundas. Enquanto Faca Branca remete ao Sandler de uma década atrás, o ator ainda tem potencial para construir um legado mais robusto, caso continue a aceitar os desafios da maturidade. Se seguir nesse rumo, seu futuro poderá ser tão intrigante quanto os papéis que o consagraram nos últimos anos.
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