McCall desapareceu dos holofotes, mas não do mundo. Escolheu uma vida discreta em uma aldeia siciliana, buscando paz em meio ao caos que carrega. É nesse ambiente que “O Protetor: Capítulo Final” dá início a uma narrativa intensa, onde passado e presente colidem. Antoine Fuqua volta ao comando, trazendo uma história que resgata o peso emocional da morte de Susan Plummer, amiga leal e antiga colaboradora de McCall.
Dessa vez, a missão do protagonista vai além da vingança pessoal, envolvendo um intricado esquema de escravidão moderna. O sul da Itália é palco de ajustes de contas, e Denzel Washington encarna com maestria um homem dividido entre a violência necessária e o desejo por uma existência mais serena. Fuqua amplifica a brutalidade característica da série, entregando cenas que reverberam tanto no corpo quanto na mente.
Ainda assim, cabe perguntar: em um mundo mais justo, McCall seria necessário? Sua figura emerge onde a justiça falha, expondo a decadência moral das instituições. Seus métodos, implacáveis e às vezes extremos, confrontam o espectador com dilemas éticos. Como assistir impassível ao tráfico desenfreado que seduz a juventude? McCall preenche o vazio deixado por autoridades ineficientes, eliminando ameaças com precisão cirúrgica.
Ao lado disso, o filme constrói laços humanos profundos, como a amizade entre McCall e Khalid, um imigrante marroquino que luta para sobreviver em meio à precariedade. O roteiro também explora a evolução de Emma Collins, agora mais madura, destacando a química entre Washington e Dakota Fanning. À medida que a CIA entra em cena para desmantelar uma rede de narcotráfico jihadista, a narrativa mantém sua fórmula de ação intensa e bem calibrada, ao mesmo tempo em que oferece momentos de respiro emocional, criando um equilíbrio que mantém o público cativo até o último frame.
★★★★★★★★★★