O rock continua vivo tanto no Brasil quanto no mundo inteiro. É verdade que ele perdeu sua primazia em países como os Estados Unidos, onde atualmente o gênero dominante é o R&B/hip-hop, e o Reino Unido, onde o pop é o mais ouvido nos dias de hoje. Nesses dois países, onde até a década de 1990 o rock reinava absoluto, ele agora ocupa o segundo lugar.
Entretanto, a semente lançada pelos pioneiros germinou em diversos outros lugares do globo, e hoje é possível ouvir bandas e artistas de rock oriundos de países que geralmente não costumávamos associar a esse ritmo, como Suécia, Noruega, Finlândia, Polônia e Islândia. Outros já possuem tradição desde a década de 1960, como Alemanha, Itália, Irlanda, França, Austrália e Holanda. O rock é forte também no Japão, na Argentina e no México.
Essa presença global por si só já garante a continuidade do bom e velho rock, mas e quanto à qualidade do que se produz atualmente? Por não ter mais a exposição na mídia que tinha antes, podemos achar que o rock perdeu em qualidade, mas, pelo contrário, os novos grupos seguem renovando e reciclando o gênero.
Tendo como ponto de partida bandas internacionais surgidas no século 21 e que ainda estão em atividade, tive uma dificuldade imensa de selecionar apenas 10 dentro de um universo riquíssimo que se enquadra na proposição. Novamente, assim como dito no texto sobre as bandas nacionais, as escolhas têm caráter pessoal e são pautadas pela diversidade das vertentes roqueiras.
Algumas bandas que se encaixam na premissa foram deixadas de fora por já serem bastante conhecidas do público e frequentarem mais a mídia. Exemplos disso são Arctic Monkeys e Franz Ferdinand. Por outro lado, algumas selecionadas já estão atingindo o panteão do reconhecimento mundial, como Ghost e Greta Van Fleet; porém, elas foram mantidas aqui por serem conhecidas quase somente pelos aficionados. Esperamos que ao menos uma destas indicações que se seguem sirva para acender ou reacender a chama do rock nos corações dos leitores.
Blues Pills mistura blues com hard rock e psicodelia, criando um som nostálgico e ao mesmo tempo fresco. Liderada pela vocalista Elin Larsson, a banda sueca se destaca por apresentações enérgicas e uma sonoridade que evoca o rock de outras épocas.
Dorothy é uma banda californiana com influências de blues, hard rock, psicodelia e grunge, marcada pela voz potente da vocalista Dorothy Martin. O grupo exemplifica a força dos vocais femininos no rock atual, com uma presença de palco impressionante e cativante.
Ghost combina heavy metal, progressivo e pop, com letras de temática ocultista e uma estética teatral. O vocalista Tobias Forge, conhecido por se apresentar fantasiado, lidera um grupo de músicos mascarados, criando um som pesado e acessível, que é bem recebido por fãs de rock e metal.
Comparada ao Led Zeppelin, Greta Van Fleet é uma banda de rock pesado com raízes no blues. O grupo de Michigan é formado pelos irmãos Kiszka e o baterista Daniel Wagner, e busca uma identidade própria, já conquistando fãs ao redor do mundo.
O trio alemão Kadavar traz influências do rock dos anos 1960 e 1970, com uma estética visual e sonora que lembra bandas como Led Zeppelin e Black Sabbath. Sua mistura de rock pesado, psicodelia e visual retrô torna o som poderoso e nostálgico.
Lucifer, liderada pela vocalista Johanna Sadonis, explora o heavy metal com elementos de doom e temas espirituais. A música da banda tem uma atmosfera sombria e introspectiva, trazendo um toque místico e emocional em suas interpretações.
Rival Sons é um quarteto californiano que mistura blues e hard rock com um toque retrô dos anos 1970. Inspirados por nomes do blues e do R&B, como Muddy Waters e Prince, a banda tem sete álbuns e uma sonoridade que cativa fãs do rock clássico.
O quarteto polonês Riverside mescla rock progressivo e heavy metal, criando músicas com belas melodias e harmonias. Com um som introspectivo e poderoso, eles proporcionam uma experiência sonora que transporta o ouvinte para outras paisagens.
Tame Impala, liderada por Kevin Parker, é uma banda australiana de rock psicodélico com influências de música eletrônica e rock progressivo. Parker cuida de todos os instrumentos nos álbuns e lidera o grupo nos shows, criando um som etéreo e envolvente.
O trio islandês Vintage Caravan mistura blues, hard rock e rock psicodélico, trazendo uma sonoridade vibrante e energética. Fortemente inspirado pelo rock das décadas de 1960 e 1970, o grupo equilibra referências do passado com uma abordagem moderna.