Uma fusão de intrigas políticas, origem de heróis e mitos sombrios dá vida a “Drácula: A História Nunca Contada”, dirigido por Gary Shore. Inspirando-se no legado de “Game of Thrones”, “Batman Begins” e na narrativa imortal de Bram Stoker, o filme reimagina o lendário vampiro com um toque épico. A produção, marcada por visuais deslumbrantes e efeitos que capturam o clima sombrio da Europa medieval, oferece um novo ângulo sobre a figura de Vlad Dracula, explorando sua transformação de guerreiro em criatura da noite.
No cerne da narrativa, Luke Evans encarna Vlad, um príncipe moldado pela brutalidade. Raptado na juventude pelos turcos, ele foi forçado a se tornar um soldado ao lado de Mehmed, futuro sultão. Anos depois, Vlad, agora soberano da Transilvânia, enfrenta uma decisão devastadora: ceder mil meninos, incluindo seu filho Ingeras (Art Parkinson), ao exército turco ou desafiar a supremacia otomana. Diante do ultimato de Mehmed, Vlad opta por um caminho sombrio, buscando o poder sobrenatural necessário para salvar seu povo.
Esse poder reside em uma criatura ancestral e monstruosa, interpretada por Charles Dance. Ao aceitar o pacto, Vlad adquire habilidades sobre-humanas, mas com um custo terrível: a sede insaciável por sangue humano. Com essas novas forças, ele enfrenta exércitos inteiros em batalhas espetaculares, travadas em paisagens de tirar o fôlego. A força do filme reside tanto na ação eletrizante quanto nas questões morais que Vlad enfrenta, enquanto luta para proteger sua terra sem perder sua humanidade.
O núcleo emocional do filme é enriquecido pela relação de Vlad com Mirena (Sarah Gadon), cuja atuação imprime profundidade emocional à trama. Mirena representa o amor e o sacrifício, sendo o centro da luta interna de Vlad. A química entre Evans e Gadon reforça a intensidade das escolhas de Vlad, conferindo uma dimensão trágica à história.
A preparação de Evans para o papel foi meticulosa, com treinamento intensivo em esgrima e artes marciais, o que se reflete nas cenas de combate fluidas e coreografadas. As locações na Irlanda do Norte, como Tollymore Forest Park e Ballygally Castle, contribuem para o tom gótico e misterioso da narrativa, transportando o espectador para um mundo de trevas e heroísmo.
Embora não alcance o peso dramático ou o status cult do “Drácula de Bram Stoker” de Coppola, esta versão surpreendeu nas bilheterias, arrecadando mais de um bilhão de reais globalmente. Disponível na Netflix, o filme combina ação intensa, drama pessoal e uma visão renovada do mito vampírico, garantindo uma experiência cativante e visualmente inesquecível. Gary Shore entrega um espetáculo que redefine o legado de Drácula, equilibrando tradição e inovação em um cenário de fantasia sombria.
★★★★★★★★★★