Evitar um acontecimento que altera drasticamente o futuro seria uma tentação irresistível para muitos, mas, ao se afastar da emoção e seguir a razão, até o mais ingênuo concluiria que o tempo é implacável. Ele avança sem se curvar a vontades ou boas intenções, e desafiar essa verdade costuma levar ao caos. Hannah Macpherson, no entanto, desafia uma das leis básicas da física ao propor, em “Corte no Tempo”, uma jornada de retorno a momentos perdidos, com motivações nobres.
Ao lado de Michael Kennedy, que colabora no roteiro, ela busca sustentar uma trama já bastante familiar, confiando em um elenco integrado para manter a atenção. O desfecho, por mais previsível que seja, reforça certos estereótipos, ainda que, ao longo dos noventa minutos, os sustos típicos de um suspense juvenil estejam presentes, oferecendo momentos de tensão pontuais.
A natureza ilusória do tempo e do espaço serve de pano de fundo para a busca do homem em organizar seus pensamentos e controlar suas emoções. No entanto, essas tentativas acabam por enredá-lo em armadilhas criadas por ele mesmo, fazendo-o prisioneiro de suas lembranças. Com a teoria da relatividade de Einstein, surge a compreensão de que o tempo é flexível, variando conforme o referencial de observação. A velocidade da luz, por exemplo, permanece inalterada, independentemente da origem ou do destino, o que reforça a ideia de que não há como manipular o tempo sem consequências imprevistas.
É nesse contexto que a protagonista Lucy Fields tenta reverter a morte da irmã, Summer, em “Corte no Tempo”. Embora a intenção seja válida, as consequências de suas ações desmoronam rapidamente, deixando um rastro de destruição e afastando o enredo da coerência. Madison Bailey e Antonia Gentry se esforçam para dar vida às protagonistas, mas acabam presas em um desenvolvimento repetitivo, especialmente no início, onde o impacto da trama se dilui em meio a uma narrativa já desgastada.
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