Terror inspirado em ‘Nosferatu’ foi visto por mais de 60 milhões de assinantes na Netflix Divulgação / Netflix

Terror inspirado em ‘Nosferatu’ foi visto por mais de 60 milhões de assinantes na Netflix

Se enfrentar um voo já é um desafio para quem tem medo de altura, assistir a “Céu Vermelho-Sangue” pode ser uma experiência intensa. O filme acompanha um sequestro caótico em pleno voo transatlântico, onde terroristas completamente descontrolados transformam a viagem em um cenário de terror, antes mesmo da entrada de uma ameaça inesperada: um ataque de vampiros. Com cenas brutais que despontam logo nos primeiros 30 minutos, esse longa vai muito além do suspense e da violência, abrindo caminho para uma escalada de eventos sangrentos e imprevisíveis.

Os sequestradores, aparentemente, são movidos mais pela violência do que por qualquer plano racional para extrair lucro. Sua falta de autocontrole e de estratégia torna o sequestro um ato impulsivo e insensato, bem distante do tipo de operação calculada que se espera em situações de crise. Entre os passageiros, encontra-se Nadja (Peri Baumeister), uma mulher aparentemente frágil e debilitada pela leucemia, acompanhada de seu filho Elias (Carl Anton Koch), um garoto que, apesar da pouca idade, mostra inteligência e coragem.

Na tentativa de escapar, Nadja e Elias buscam refúgio em um compartimento do avião, mas são surpreendidos por um dos terroristas. Nadja leva vários tiros, levando a crer que está morta – inclusive para seu próprio filho. Contudo, Nadja carrega um segredo sombrio. Ela não é uma mulher comum, mas uma criatura com habilidades sobre-humanas, cuja história se revela em flashbacks que vão contextualizando sua real condição e o trágico passado de sua família.

Esses momentos de lembrança revelam que, anos antes, Nadja foi transformada após um encontro aterrorizante com uma criatura vampírica, quando seu carro quebrou numa estrada coberta de neve. Seu marido, Nicolai (Lasse Myhr), saiu em busca de socorro e não retornou, deixando-a sozinha com o filho bebê. Ao tentar encontrá-lo, Nadja se tornou vítima de uma mordida fatal que a deixou entre a humanidade e o mundo das trevas. Agora, confinada no avião, ela recorre a essa maldição para enfrentar os criminosos e proteger Elias, desencadeando uma série de reações brutais que colocam todos os passageiros em uma situação ainda mais aterrorizante.

Os flashbacks de Nadja não são meros recursos narrativos, mas oferecem um subtexto sobre o autocontrole e a luta interna para manter seus impulsos sombrios sob controle, algo que ela faz em nome do filho. A história de Nadja, portanto, é uma metáfora poderosa para o esforço de conter os impulsos destrutivos, mostrando o quanto é necessário dominar nossos “demônios” para proteger quem amamos.

A transformação física de Nadja como vampira evoca o icônico personagem Nosferatu, de F.W. Murnau. Com olhos claros e penetrantes, cabeça careca, dedos longos e unhas afiadas, ela possui a aparência pálida e cadavérica de Graf Orlock. Esta homenagem ao clássico do terror alemão é um tributo visual, conectando a tradição do cinema de horror alemão ao presente.

Lançado pela Netflix, “Céu Vermelho-Sangue” é uma produção de terror vibrante que rapidamente se tornou um grande sucesso. Em suas primeiras quatro semanas, já havia atraído mais de 50 milhões de espectadores, tornando-se um dos filmes alemães mais assistidos da plataforma. Com uma narrativa de tirar o fôlego, esse thriller não apenas desafia o espectador, mas também explora os limites do medo e do instinto de sobrevivência, entregando uma experiência de entretenimento intensa e inesquecível.


Filme: Céu Vermelho-Sangue
Direção: Peter Thorwarth
Ano: 2021
Gênero: Ação/Suspense/Drama
Nota: 7/10