Julia Roberts se consagrou como um dos maiores ícones das comédias românticas dos anos 1990, transformando praticamente todos os seus filmes da época em sucessos. Entre os mais queridos está “O Casamento do Meu Melhor Amigo”, lançado em 1997, dirigido por P.J. Hogan e com roteiro de Ron Bass. É difícil encontrar quem não se recorde de algumas das cenas mais emblemáticas do longa, como o famoso coro de “I Say A Little Prayer” no restaurante ou a tentativa corajosa de Cameron Diaz de cantar no karaokê. Outro momento marcante é o diálogo entre Julianne (Roberts) e seu melhor amigo e noivo, Michael (Dermot Mulroney), em um coreto, onde sentimentos conflitantes vêm à tona. Esse filme desperta a sensação de que as comédias românticas de antigamente têm um charme incomparável, inatingível nas produções atuais.
A década de 1990 consolidou o gênero, deixando um legado de filmes que ainda ecoam no coração dos fãs. Clássicos como “Jerry Maguire”, “10 Coisas que Eu Odeio em Você”, “Quatro Casamentos e um Funeral”, “Uma Linda Mulher” e tantos outros podem ser considerados verdadeiras joias, guardados na memória como exemplos do que o cinema romântico pode oferecer de mais encantador.
Em “O Casamento do Meu Melhor Amigo”, acompanhamos Julianne, uma jornalista de personalidade forte, que descobre que seu amigo de longa data, Michael, vai se casar em poucos dias. Ele, que antes nutria sentimentos por ela e viveu um breve romance na época da faculdade, agora está apaixonado por Kimberly (Cameron Diaz), uma jovem de uma rica família do setor esportivo. A notícia desperta em Julianne um ciúme que ela própria não esperava sentir, abalando suas convicções antiromânticas. Conforme passa mais tempo com Michael e sua noiva, Julianne percebe que ele ainda parece nutrir sentimentos por ela, o que a leva a tentar minar o casamento com Kimberly, inclusive fingindo ter um caso com seu amigo George (Rupert Everett) para provocar ciúmes.
A situação se complica à medida que Julianne consegue desestabilizar as emoções de Michael, mas, ao mesmo tempo, se depara com uma questão incômoda: será que está preparada para amá-lo de verdade, assim como Kimberly parece ser? Esse dilema rende cenas divertidas e situações típicas das comédias românticas, mas também levanta reflexões sobre maturidade e o valor dos sentimentos.
Com seu humor leve e recheado de situações inusitadas, o filme é um prato cheio para quem aprecia as comédias românticas repletas de clichês. A nostalgia dos anos 1990 se mistura com a atuação vibrante de Julia Roberts, que interpreta uma mulher bela, confiante e que dá prioridade à sua carreira, mesmo que isso a coloque em rota de colisão com suas emoções.
Curiosamente, o elenco principal quase seguiu outro rumo. Os papéis passaram por várias possibilidades antes de chegarem aos atores finais. Calista Flockhart chegou a ser cogitada tanto para Julianne quanto para Kimberly; Laura Dern e Drew Barrymore estiveram próximas de viver a noiva, e Sarah Jessica Parker foi cotada para o papel de Julianne. Até mesmo Russel Crowe participou de testes para o papel de Michael, mas o diretor concluiu que ele e Roberts não tinham a química necessária para tornar o romance convincente.
“O Casamento do Meu Melhor Amigo” é o tipo de filme que se tornou um “comfort movie” por excelência, trazendo conforto e nostalgia. Assisti-lo é como voltar a um espaço seguro e familiar, onde risos e dilemas amorosos se entrelaçam, criando uma experiência que relaxa e conforta.
Filme: O Casamento do Meu Melhor Amigo
Direção: P.J. Hogan
Ano: 1997
Gênero: Comédia / Romance
Nota: 8/10