O filme de espionagem que liderou as bilheterias mundiais por 7 semanas e levou 228 milhões aos cinemas está no Prime Video Divulgação / MGM

O filme de espionagem que liderou as bilheterias mundiais por 7 semanas e levou 228 milhões aos cinemas está no Prime Video

Em “007 — Sem Tempo para Morrer”, o icônico espião britânico completa 25 aventuras oficiais, desafiando o desgaste que tantas séries de longa duração sofrem. A vontade dos executivos de encerrar a história de Bond ainda paira, mas a falta de um substituto que reúna o mesmo apelo comercial e midiático parece perpetuar sua licença para matar. James Bond permanece, absorvendo as novas demandas impostas pela sociedade atual sem perder seu status de fenômeno cultural e de bilheteria.

A ausência de Idris Elba como sucessor do agente secreto, após um convite ostensivo, ainda é um mistério que talvez nunca se resolva. No entanto, Elba transformou a situação a seu favor, destacando-se em “Luther: O Cair da Noite” (2023). Enquanto isso, Tom Cruise mantém seu ritmo incansável em “Missão: Impossível”, com um novo filme marcado para 2024. Bond parece enfrentar, dessa vez, uma batalha que talvez não consiga vencer: o passar do tempo.

Com Cary Fukunaga na direção e Daniel Craig em seu papel de destaque, “Sem Tempo para Morrer” se beneficia de uma sintonia rara. Ainda que o roteiro, escrito também por Neal Purvis e Robert Wade, siga algumas convenções, a tensão entre Madeleine Swann e Bond confere intensidade à trama. Em um dos atos mais emocionais da série, a relação complexa dos dois personagens remete ao tom pessoal de “007 — Operação Skyfall” (2012), onde o passado do protagonista é explorado com minúcia, dando espaço para o talento do elenco de apoio brilhar. No MI6, Nomi, interpretada por Lashana Lynch, desponta como uma presença forte e atualizada no universo de Bond, enquanto os personagens Q e Moneypenny seguem como apoio moral, discretamente.

O filme pode ser visto como uma reinvenção que evoca a essência dos antigos filmes de 007, buscando cativar os fãs de longa data das histórias de Ian Fleming. Fukunaga propõe uma narrativa moderna sem romper com a tradição, e, ao final, o que emerge é uma ideia familiar e irresistível: o velho James Bond ainda tem fôlego. É provável que, enquanto houver público, nomes como Idris Elba ou Tom Cruise possam trazer novas interpretações ao eterno espião.


Filme: 007 — Sem Tempo para Morrer
Direção: Cary Fukunaga
Ano: 2021
Gêneros: Ação/Aventura
Nota: 8/10