Ação inspirado em James Bond, com Colin Firth, levou 50 milhões de espectadores aos cinemas e arrecadou 1,3 bilhão de reais Divulgação / Twentieth Century Fox

Ação inspirado em James Bond, com Colin Firth, levou 50 milhões de espectadores aos cinemas e arrecadou 1,3 bilhão de reais

A sequência de “Kingsman: O Serviço Secreto”, intitulada “Kingsman: O Círculo Dourado”, retoma a trama de espionagem com uma abordagem ainda mais expansiva. Baseado nos quadrinhos de Mark Millar e Dave Gibbons, o longa estende as fronteiras da organização secreta Kingsman, levando seus agentes a novos territórios e colocando-os diante de inimigos ainda mais desafiadores.

Eggsy (Taron Egerton), agora plenamente consolidado como um agente de elite da Kingsman, equilibra sua rotina entre missões perigosas e seu relacionamento com a Princesa Tilde (Hanna Alström). No entanto, sua vida sofre um abalo profundo quando a organização Kingsman é brutalmente atacada. Um sofisticado ciberataque, comandado por uma antagonista sombria, praticamente dizima a equipe de agentes secretos.

A responsável por essa ofensiva é Poppy Adams (Julianne Moore), uma narcotraficante global que alia uma personalidade extravagante à frieza de uma psicopata. Operando a partir de um refúgio na selva, estilizado como uma pequena cidade dos anos 1950, Poppy está determinada a dominar o mercado mundial de drogas. Sua proposta aos governos é direta: legalizem o tráfico de drogas, ou uma substância mortal, que ela espalhou pelo mundo, provocará uma catástrofe global de intoxicação em massa.

Com a Kingsman à beira da extinção, apenas Eggsy e Merlin (Mark Strong) sobrevivem ao ataque. Sem muitas opções, eles ativam o “Plano Juízo Final”, uma estratégia emergencial que os leva a uma inesperada aliança com uma organização equivalente nos Estados Unidos: a Statesman, que opera sob a fachada de uma destilaria de whisky. Ali, os dois heróis encontram novos aliados, incluindo Tequila (Channing Tatum), Whiskey (Pedro Pascal), Champ (Jeff Bridges) e Ginger Ale (Halle Berry).

A maior surpresa, no entanto, é a revelação de que Harry Hart (Colin Firth), mentor de Eggsy e considerado morto, está vivo. Resgatado pela Statesman após levar um tiro na cabeça, Harry sobreviveu, mas com uma grave sequela: perdeu completamente a memória e acredita ser um especialista em borboletas. A jornada de recuperação de sua identidade original torna-se uma das peças-chave da missão, à medida que Eggsy e Merlin fazem de tudo para reavivar o verdadeiro Harry.

O filme não brilha apenas pela narrativa, mas também pelo elenco estelar. Além dos protagonistas, “Kingsman: O Círculo Dourado” conta com a presença de Sir Elton John, interpretando a si mesmo. Mantido como prisioneiro por Poppy, Elton traz momentos de alívio cômico e ação que se destacam como pontos altos da produção.

Dirigido por Matthew Vaughn, o longa é uma mescla de homenagem e paródia dos filmes clássicos de espionagem. O diretor emprega efeitos visuais sofisticados e cenários grandiosos para criar um universo onde a realidade e o absurdo coexistem. As cenas de ação, coreografadas de forma magistral, e os dispositivos tecnológicos inusitados continuam a surpreender, mantendo o estilo irreverente da franquia. O filme se apoia em elementos visuais marcantes e surpreendentes para manter o espectador imerso em sua atmosfera de ação exagerada.

Temas mais profundos também permeiam o enredo, como a lealdade entre os personagens, os sacrifícios feitos em nome de uma causa maior e as intrincadas relações de poder dentro das organizações secretas. O humor britânico típico da série permanece intacto, mas agora combinado com toques da cultura americana, refletidos nas personalidades dos membros da Statesman. Essa fusão de estilos culturais enriquece o filme, tornando-o uma obra que vai além das fronteiras tradicionais do gênero de espionagem.

Apesar de algumas críticas variadas, “Kingsman: O Círculo Dourado” foi um sucesso comercial e solidificou ainda mais o status da franquia como um nome de destaque no cinema de ação. A mistura de cenas grandiosas, humor afiado e personagens cativantes garantiu à produção uma recepção calorosa entre os fãs, que apreciaram o retorno da fórmula única que mescla o clássico com o inovador.

Disponível na Netflix, “Kingsman: O Círculo Dourado” não só expande o universo iniciado pelo primeiro filme, como também traz novas aventuras, personagens memoráveis e reviravoltas inesperadas. Mantendo a essência irreverente e visualmente estilosa que conquistou uma legião de seguidores, o filme oferece um entretenimento envolvente e ousado, capaz de surpreender e divertir o público.


Filme: Kingsman: O Círculo Dourado
Direção: Matthew Vaughn
Ano: 2017
Gênero: Ação/Aventura/Comédia
Nota: 9

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.