Mark Waters é amplamente conhecido por suas contribuições ao gênero de comédia leve, e seu histórico inclui algumas das produções mais queridas dos anos 2000. Entre elas, destacam-se duas parcerias com Lindsay Lohan: “Sexta-Feira Muito Louca” e “Meninas Malvadas”. Esses filmes, além de conquistarem um status de cult, marcaram toda uma geração e serviram de inspiração para diversas comédias subsequentes. Agora, com “A Mãe da Noiva”, disponível na Netflix, Waters apresenta uma homenagem ao clássico “O Pai da Noiva”, estrelado por Steve Martin, porém com uma abordagem atual e voltada ao ponto de vista feminino. Apesar de ambos os filmes compartilharem o tema central de casamentos e as complexidades familiares, suas histórias seguem rumos bem distintos.
Em “O Pai da Noiva”, o personagem de Steve Martin conquistou o público com sua interpretação do pai superprotetor, mas em “A Mãe da Noiva”, essa abordagem é menos evidente. Interpretada por Brooke Shields, a protagonista Lana não é propriamente ciumenta, ainda que suas atitudes possam inicialmente ser confundidas como controladoras. No entanto, conforme a narrativa se desenrola, fica claro que suas ações resultam mais de uma tentativa desesperada de agradar a filha do que de qualquer desejo de interferir. Em muitos momentos, Lana parece abrir mão de suas próprias convicções para permitir que outros — como um patrocinador da empresa da filha — tomem decisões importantes, incluindo a escolha do vestido de casamento e até o discurso durante o jantar de ensaio.
O enredo segue Lana, uma médica e pesquisadora de renome na Johns Hopkins, que se vê em uma nova fase da vida, com a filha Emma (Miranda Cosgrove) saindo de casa. No início, Lana tenta convencer Emma a retornar para casa, mas é surpreendida pela notícia de que sua filha não só está em um relacionamento, como também está noiva. O futuro genro, RJ (Sean Teale), planeja um pedido de casamento espetacular, na expectativa de impressionar a sogra. No entanto, a surpresa inicial se intensifica quando a cerimônia de casamento é marcada para ocorrer na paradisíaca ilha de Phuket.
A reviravolta maior acontece quando Lana descobre que o pai do noivo, Will (Benjamin Bratt), é ninguém menos que seu antigo namorado dos tempos de faculdade. O relacionamento deles teve um fim abrupto quando Will desapareceu misteriosamente, deixando Lana sem respostas. Agora, não só ela precisa enfrentar esse fantasma do passado, como também está prestes a se tornar parte da família dele. Ao longo do filme, Waters utiliza o humor exagerado para conduzir a história, explorando a jornada de Lana e Will enquanto tentam lidar com o casamento dos filhos e seus próprios sentimentos não resolvidos. Será que as pendências do passado interferirão no romance de Emma e RJ? Ou será que essa nova fase trará à tona antigos sentimentos entre Lana e Will?
Embora “A Mãe da Noiva” não seja uma comédia revolucionária, seu propósito principal é claro: ser uma distração leve e agradável para momentos de relaxamento. Com um humor despretensioso e atuações cativantes, o filme cumpre bem sua função de entreter sem exigir muito do espectador. Brooke Shields e Benjamin Bratt entregam performances carismáticas que, junto ao ambiente paradisíaco de Phuket, contribuem para a atmosfera escapista da trama. Perfeito para quem procura um alívio em meio à correria do dia a dia, este filme proporciona uma experiência descomplicada, ideal para desligar a mente e simplesmente aproveitar.
Filme: A Mãe da Noiva
Direção: Mark Waters
Ano: 2024
Gênero: Comédia/Romance
Nota: 8/10