Uma das experiências mais devastadoras da história do cinema, filme na Netflix é visceral, perturbador, intenso e sádico do início ao fim Divulgação / Universal Pictures

Uma das experiências mais devastadoras da história do cinema, filme na Netflix é visceral, perturbador, intenso e sádico do início ao fim

As psicopatias, distúrbios da mente, podem dominar a vida de alguém, variando conforme as atitudes do indivíduo. A forma como uma pessoa lida com os desafios que sua própria mente cria define o curso de sua vida. Com o passar dos anos, a importância de identificar a resistência necessária para contornar as armadilhas internas aumenta, principalmente quando as soluções que pareciam simples para males triviais se mostram inatingíveis.

O cérebro humano, com suas enfermidades que afetam o corpo e a alma de maneira proporcional, continua sendo um enigma para a ciência e a medicina. Embora o conhecimento avance em direção a descobertas que antes soavam improváveis, ainda estamos longe de obter respostas definitivas que tragam conforto às inúmeras pessoas afetadas. A busca por uma explicação clara para os distúrbios que ultrapassam o campo mental e invadem a realidade diária de indivíduos comuns parece tão distante quanto o alívio que almejamos para as angústias que definem a experiência humana.

No remake de 2009, “A Última Casa”, dirigido por Dennis Iliadis, o cineasta revisita o clássico de terror de Wes Craven, de 1972, “Aniversário Macabro”, a atmosfera sombria da trama e acentuando a crueldade disfarçada dos protagonistas. Enquanto Craven impactava com uma brutalidade desprovida de estética, Iliadis segue uma linha semelhante, reforçada pelo roteiro de Adam Alleca e Carl Ellsworth. As interações entre os personagens são recheadas de diálogos cortantes, envoltos em uma fotografia escura, assinada por Sharone Meir, que amplifica a sensação de niilismo. Embora o enredo oscile entre o exagero e a realidade, fica evidente que os comportamentos cruéis exibidos não são mera ficção, e os espectadores são constantemente lembrados de que figuras semelhantes podem cruzar seu caminho a qualquer momento.

A trama de Alleca e Ellsworth se sustenta na capacidade do elenco de convencer o público. Tony Goldwyn e Monica Potter interpretam John e Emma Collingwood, que se retiram para sua casa de campo, enquanto sua filha Mari, vivida por Sara Paxton, busca uma forma de se distrair. Mari e sua amiga Paige, personagem de Martha MacIsaac, encontram Justin, interpretado por Spencer Treat Clark, que fica sozinho em casa com seu pai, Krug (Garret Dillahunt), e seu tio Francis (Aaron Paul). Quando os dois retornam inesperadamente, acompanhados de Sadie (Riki Lindhome), o que se desenrola a seguir é uma sequência de terror que mescla sustos com cenas de violência crua e perturbadora, capturadas em closes e planos-sequência que seguem a ação de maneira implacável.

No desfecho, com Justin revelando o mistério, o elenco se reúne na casa de campo, e a narrativa culmina em uma cena de barbárie intensa. As performances de Goldwyn e Potter se intensificam, destacando o trabalho de Dillahunt, enquanto Paxton demonstra notável maturidade e profissionalismo em sua atuação, especialmente impressionante para uma atriz jovem.


Filme: A Última Casa
Direção: Dennis Iliadis
Ano: 2009
Gêneros: Thriller/Terror/Crime
Nota: 8/10