Na Netflix: épico existencialista de George Clooney, inspirado pelo niilismo pessimista de Schopenhauer

Na Netflix: épico existencialista de George Clooney, inspirado pelo niilismo pessimista de Schopenhauer

No filme “O Céu da Meia-Noite”, George Clooney nos apresenta uma visão apocalíptica em que um homem enfrenta seus últimos dias em um planeta condenado. Apesar de sua grandiosidade inicial, o longa-metragem explora temas simples e fundamentais à sobrevivência humana. Clooney, que também dirige o filme, inspira-se na obra literária de Lily Brooks-Dalton, utilizando referências notáveis de clássicos como “2001: Uma Odisseia no Espaço” de Kubrick, além de obras mais contemporâneas como “Gravidade” de Alfonso Cuarón, “Interestelar” de Christopher Nolan e até mesmo “O Regresso” de Iñárritu. Essas influências são evidentes, mas Clooney consegue dar ao filme sua própria identidade, criando uma narrativa que, apesar de às vezes flertar com o colapso, se sustenta com a ajuda da memória afetiva que o público tem dessas obras anteriores.

O protagonista, Augustine Lofthouse, interpretado por Clooney, é um cientista em isolamento no Ártico após um evento apocalíptico. Embora o filme não esclareça com precisão se a devastação foi causada por uma pandemia ou por uma guerra, o espectador não deixa de traçar paralelos com as crises recentes, como a pandemia da COVID-19 e o conflito russo-ucraniano. Lofthouse, possivelmente debilitado por uma doença terminal, decide não abandonar a estação meteorológica, permanecendo em sua solitária vigília enquanto tenta desesperadamente contactar a tripulação da nave Aether. A situação de Lofthouse torna-se uma corrida contra o tempo, já que ele precisa alertar os astronautas sobre a destruição da Terra antes que retornem. Essa missão se complica ainda mais com a chegada inesperada de Iris, uma jovem deixada para trás durante a evacuação.

Clooney opta por uma estrutura narrativa que alterna entre duas tramas principais: a jornada de Lofthouse e Iris pelo Ártico e a viagem da Aether de volta à Terra, liderada pela astronauta Sully, vivida por Felicity Jones, ao lado de seu marido Tom (David Oyelowo) e outros tripulantes. As sequências no espaço, filmadas com a maestria técnica de Martin Ruhe, se destacam pela beleza visual, mas carecem de um impacto dramático mais profundo. Por outro lado, as cenas no Ártico conseguem transmitir maior intensidade, graças ao foco nas interações humanas e à redução da dependência de efeitos especiais.

O roteiro de “O Céu da Meia-Noite” traz seus desafios, como a incredulidade diante da falta de conhecimento da tripulação sobre as condições na Terra, mas Clooney lida com essas questões de maneira convincente, sugerindo uma reconfiguração da humanidade através dos personagens de Tom e Sully. A trama, contudo, não escapa de alguns momentos controversos, como uma cena em que Lofthouse submerge em um lago gelado sem sofrer as consequências físicas esperadas. Apesar dessas inconsistências, a performance de Clooney, combinada com a atuação sensível de Caoilinn Springall como Iris, eleva o filme.

A trilha sonora, composta por Alexandre Desplat, adiciona uma camada emocional à narrativa, complementando as atuações e a direção com seu tom envolvente e, por vezes, agressivo. “O Céu da Meia-Noite” pode não ser um marco cinematográfico, mas oferece uma experiência que, embora cheia de nuances, captura a atenção e provoca reflexão. Ao final, é um filme que, apesar de suas falhas, entrega uma história memorável, impulsionada pela força de seus atores e pela destreza técnica de sua produção. Clooney, seja atuando ou dirigindo, mantém o público ao seu lado, demonstrando que o cinema, acima de tudo, é uma questão de empatia e conexão.No filme “O Céu da Meia-Noite”, George Clooney nos apresenta uma visão apocalíptica em que um homem enfrenta seus últimos dias em um planeta condenado. Apesar de sua grandiosidade inicial, o longa-metragem explora temas simples e fundamentais à sobrevivência humana. Clooney, que também dirige o filme, inspira-se na obra literária de Lily Brooks-Dalton, utilizando referências notáveis de clássicos como “2001: Uma Odisseia no Espaço” de Kubrick, além de obras mais contemporâneas como “Gravidade” de Alfonso Cuarón, “Interestelar” de Christopher Nolan e até mesmo “O Regresso” de Iñárritu. Essas influências são evidentes, mas Clooney consegue dar ao filme sua própria identidade, criando uma narrativa que, apesar de às vezes flertar com o colapso, se sustenta com a ajuda da memória afetiva que o público tem dessas obras anteriores.

O protagonista, Augustine Lofthouse, interpretado por Clooney, é um cientista em isolamento no Ártico após um evento apocalíptico. Embora o filme não esclareça com precisão se a devastação foi causada por uma pandemia ou por uma guerra, o espectador não deixa de traçar paralelos com as crises recentes, como a pandemia da COVID-19 e o conflito russo-ucraniano. Lofthouse, possivelmente debilitado por uma doença terminal, decide não abandonar a estação meteorológica, permanecendo em sua solitária vigília enquanto tenta desesperadamente contactar a tripulação da nave Aether. A situação de Lofthouse torna-se uma corrida contra o tempo, já que ele precisa alertar os astronautas sobre a destruição da Terra antes que retornem. Essa missão se complica ainda mais com a chegada inesperada de Iris, uma jovem deixada para trás durante a evacuação.

Clooney opta por uma estrutura narrativa que alterna entre duas tramas principais: a jornada de Lofthouse e Iris pelo Ártico e a viagem da Aether de volta à Terra, liderada pela astronauta Sully, vivida por Felicity Jones, ao lado de seu marido Tom (David Oyelowo) e outros tripulantes. As sequências no espaço, filmadas com a maestria técnica de Martin Ruhe, se destacam pela beleza visual, mas carecem de um impacto dramático mais profundo. Por outro lado, as cenas no Ártico conseguem transmitir maior intensidade, graças ao foco nas interações humanas e à redução da dependência de efeitos especiais.

O roteiro de “O Céu da Meia-Noite” traz seus desafios, como a incredulidade diante da falta de conhecimento da tripulação sobre as condições na Terra, mas Clooney lida com essas questões de maneira convincente, sugerindo uma reconfiguração da humanidade através dos personagens de Tom e Sully. A trama, contudo, não escapa de alguns momentos controversos, como uma cena em que Lofthouse submerge em um lago gelado sem sofrer as consequências físicas esperadas. Apesar dessas inconsistências, a performance de Clooney, combinada com a atuação sensível de Caoilinn Springall como Iris, eleva o filme.

A trilha sonora, composta por Alexandre Desplat, adiciona uma camada emocional à narrativa, complementando as atuações e a direção com seu tom envolvente e, por vezes, agressivo. “O Céu da Meia-Noite” pode não ser um marco cinematográfico, mas oferece uma experiência que, embora cheia de nuances, captura a atenção e provoca reflexão. Ao final, é um filme que, apesar de suas falhas, entrega uma história memorável, impulsionada pela força de seus atores e pela destreza técnica de sua produção. Clooney, seja atuando ou dirigindo, mantém o público ao seu lado, demonstrando que o cinema, acima de tudo, é uma questão de empatia e conexão.


Filme: O Céu da Meia-noite
Direção: George Clooney
Ano: 2020
Gêneros: Ficção científica/Drama/Suspense
Nota: 8/10