Romance do século 21, filme indicado a 101 prêmios e vencedor do Oscar está  na Netflix Divulgação / Miramax Films

Romance do século 21, filme indicado a 101 prêmios e vencedor do Oscar está na Netflix

Lançado em 2003 sob a direção de Anthony Minghella e produção de Sidney Pollack, “Cold Mountain” adaptou com maestria o aclamado romance homônimo de Charles Frazier, publicado em 1997. Ambientado durante a Guerra Civil Americana, o filme rapidamente atraiu a atenção da crítica e do público, alcançando uma bilheteria global de cerca de 180 milhões de dólares. A produção recebeu um impressionante número de 101 indicações a prêmios, incluindo sete nomeações ao Oscar, sendo que Renée Zellweger levou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por sua interpretação memorável.

A trama acompanha W.P. Inman, interpretado por Jude Law, e Ada Monroe, vivida por Nicole Kidman. O romance entre eles é interrompido pela guerra, logo após um breve encontro marcado por um único beijo. Ada, uma musicista, chega à pequena cidade de Cold Mountain, na Carolina do Norte, acompanhando seu pai, o reverendo Monroe, papel de Donald Sutherland. Ele busca repouso no campo devido à sua saúde debilitada. Entretanto, a tranquilidade é quebrada quando Inman é convocado para o exército, deixando Ada com um amor nascido, mas logo interrompido, que a marcará profundamente.

À medida que o conflito se intensifica, Inman é gravemente ferido e, após receber uma carta de Ada, decide desertar, embarcando em uma árdua jornada de volta para ela. Sua travessia é repleta de perigos, desde batalhas com forças inimigas até a perseguição incansável da Guarda Civil, dedicada a capturar desertores. Paralelamente, Ada enfrenta sua própria batalha, tentando manter a fazenda da família após a morte de seu pai. Nesse cenário de desespero, surge Ruby Thewes, papel de Zellweger, cuja chegada transforma a vida de Ada. Ruby, determinada e experiente, oferece a Ada a ajuda de que ela tanto precisa, formando uma parceria de sobrevivência e amizade. As duas enfrentam as dificuldades da vida rural enquanto desenvolvem uma ligação que vai além das aparências.

Conforme a guerra chega ao fim e a derrota dos Confederados se torna uma realidade iminente, o filme mergulha em um clima de desolação crescente. Ada, assolada por pressentimentos sobre o destino de Inman, se agarra à esperança de reencontrá-lo, mesmo quando tudo parece apontar para o contrário. Essa expectativa e incerteza refletem o tom emocional que permeia o filme.

Um dos grandes trunfos de “Cold Mountain” é sua estética visual, que se destaca pela direção de fotografia impecável de John Seale. A escolha de paisagens vastas e inóspitas como pano de fundo para o horror da guerra cria um contraste visual impressionante. A paleta de cores, composta por tons terrosos, realça a atmosfera melancólica da narrativa, transportando o espectador para o cenário do sul dos Estados Unidos durante um período de grande turbulência.

As atuações do elenco estelar também merecem destaque. Jude Law, Nicole Kidman e Renée Zellweger entregam performances intensas e complexas, que aprofundam a conexão emocional com os personagens. Cada um deles traz uma dimensão única para a tela, o que torna a experiência ainda mais envolvente. O trabalho do elenco, aliado à direção habilidosa de Minghella, resultou em um filme que equilibra habilmente o drama pessoal com o contexto histórico.

“Cold Mountain” se consolidou como um clássico moderno, uma obra que não só aborda os horrores da guerra, mas também explora temas de amor, perda e resistência. A riqueza de suas imagens, a profundidade das atuações e a solidez do roteiro fazem dele um exemplo notável de cinema, capaz de imergir o público em uma época de conflitos, onde o amor e a esperança são as únicas forças capazes de desafiar a brutalidade dos tempos.


Filme: Cold Mountain
Direção: Anthony Minghella
Ano: 2003
Gênero: Drama/Romance
Nota: 10