Última semana na Netflix: o romance indicado a 8 Oscars e assistido por 551 milhões de pessoas desde o lançamento Divulgação / The Weinstein Company

Última semana na Netflix: o romance indicado a 8 Oscars e assistido por 551 milhões de pessoas desde o lançamento

Dirigido por David O. Russell e baseado no livro de Matthew Quick, “O Lado Bom da Vida”, que rendeu a Jennifer Lawrence o Oscar de Melhor Atriz, também disputou várias outras categorias em 2013, incluindo Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado. A trama acompanha Pat Solatano, vivido por Bradley Cooper, que tenta reconstruir sua vida após um surto motivado por uma traição. Pat, diagnosticado com transtorno bipolar, retorna à casa dos pais sob restrições legais, incapaz de se reaproximar da ex-esposa ou do local onde lecionava.

Em meio a essa reviravolta, Pat conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma viúva solitária que busca um parceiro para vencer uma competição de dança. Ela faz uma troca com Pat: ajudá-lo a reconquistar sua esposa em troca de sua colaboração. Entre ensaios e discussões acaloradas, ambos desenvolvem uma ligação peculiar, que transita entre amizade e algo mais complexo. As personalidades conflitantes se misturam, mas o desejo por compreensão e conexão os une.

Pat ainda enfrenta o desafio de lidar com o pai (Robert De Niro), um homem com Transtorno Obsessivo-Compulsivo, cuja obsessão pelo futebol americano e pelas vitórias do Philadelphia Eagles amplifica suas frustrações. O relacionamento tenso entre pai e filho reflete a luta de ambos por aceitação e equilíbrio emocional, tornando os momentos de explosão emocional uma parte central da narrativa.

“O Lado Bom da Vida” não se limita a oferecer uma solução idealizada para os problemas de seus personagens, mas destaca o valor do aprendizado ao longo da jornada. Para Pat, a reconquista do amor da ex-esposa parece o principal objetivo, até que ele percebe que o verdadeiro ganho está no que aprende sobre si mesmo e sobre as conexões que forma no caminho. Como bem lembra a canção de Mick Jagger, “você não pode sempre conseguir o que quer, mas, às vezes, consegue o que precisa”.

A narrativa envolvente faz com que o espectador se conecte não apenas com Pat, mas com todo o elenco de personagens, especialmente a dinâmica familiar com seu pai obsessivo e o temperamento complicado de Tiffany. Russell consegue transformar um roteiro que poderia ser visto como trivial em algo sincero e emocionante, em que o cotidiano ganha profundidade.

As atuações são um ponto alto, com Jennifer Lawrence e Bradley Cooper entregando performances marcantes. O filme foge do estereótipo de comédia leve e esquecível, tornando-se uma experiência que muitos desejam revisitar, especialmente em momentos difíceis. Ele nos lembra que, embora os personagens sejam cheios de falhas, há algo de universal e reconfortante neles, fazendo com que o público se sinta compreendido em suas próprias lutas.

O filme reflete a vida como ela é: repleta de imperfeições, decepções, mas também de momentos de ternura. É um lembrete de que, no meio da confusão e das dificuldades, há beleza nas imperfeições e nas pessoas que encontramos ao longo do caminho.


Filme: O Lado Bom da Vida
Direção: David O. Russell
Ano: 2012
Gênero: Roamce/Drama/Comédia
Nota: 10/10