A comédia mais assistida de 2024 vai te fazer desligar o cérebro e relaxar por 88 minutos de pura diversão, só na Netflix Divulgação / Living Films

A comédia mais assistida de 2024 vai te fazer desligar o cérebro e relaxar por 88 minutos de pura diversão, só na Netflix

Existe uma superabundância de comédias românticas no cinema? A julgar pelo que se vê em “A Mãe da Noiva”, a resposta parece estar longe de ser positiva, já que o gênero continua explorando, com fôlego renovado, as complexidades que rodeiam casais, cerimônias de casamento e todos os personagens que gravitam ao redor desses momentos únicos na vida de qualquer pessoa. O filme explora as nuances das relações afetivas, sejam elas de amor ou desamor, trazendo à tona situações comuns que, em sua leveza, acabam por cativar o espectador. Mesmo quando o desfecho não é tão feliz, as lembranças das celebrações, marcadas por momentos de beleza genuína, permanecem como uma memória inescapável, e muitas vezes até mais forte em casos de separação.

Mark Waters retorna ao terreno familiar, com ecos de seus trabalhos anteriores, como “E se Fosse Verdade” (2005), que explora um amor além da vida, e “A Casa do Sim” (1997), que flerta com paixões impossíveis. Aqui, no entanto, o roteiro de Robin Bernheim se debruça sobre as incertezas de uma noiva às vésperas do casamento, que, inesperadamente, se vê afetada pela visão pessimista de sua mãe sobre o futuro marido. A desconfiança tem raízes em um incidente do passado envolvendo o pai do noivo, o que coloca uma carga de drama e humor na trama. A narrativa, no entanto, não deve ser levada a sério, e é nesse ponto que o filme acaba tropeçando, sem conseguir sustentar uma abordagem coerente e satisfatória.

Imagine se alguém realmente conseguisse inventar um método infalível para manter os relacionamentos intactos. Tal pessoa não apenas seria muito rica, como seria celebrada em todas as formas de arte, mencionada em novelas, livros e filmes para sempre. O problema é que, provavelmente, esse gênio das relações acabaria se arrependendo de sua descoberta, pois grande parte dos relacionamentos nem sequer deveria ter existido. No entanto, o cinema continua mostrando que não há motivos para se preocupar em permanecer junto de alguém que já não deveria estar ao seu lado. Na verdade, o destino e suas forças ocultas estão sempre a postos para dissolver casais infelizes, um tema recorrente nas comédias românticas, onde o que pesa é o esforço em colocar um ponto final nas histórias.

Durante as férias, Emma e RJ aproveitam para planejar o casamento que desejam realizar dentro de um mês na Tailândia. O relacionamento de Emma com sua mãe, Lana, parece distante, o que fica claro quando Lana descobre que o noivo da filha tem uma conexão inesperada com seu próprio passado. A apresentação dos personagens no início da trama é um tanto superficial, deixando ao espectador a tarefa de compreender as razões pelas quais esses personagens estão tão alheios uns aos outros.

A falta de química entre Miranda Cosgrove e Sean Teale também se estende ao par mais velho formado por Brooke Shields e Benjamin Bratt, que interpretam Lana e Will, respectivamente, e parecem um pouco deslocados na história. Ainda assim, os personagens interpretados por Michael McDonald e Wilson Cruz, com sua combinação de humor e significado, salvam parte do filme. Infelizmente, o que sobra é uma mistura sem sabor de clichês que tentam ser profundos, mas que, no final, acabam por enfraquecer uma narrativa que precisava de muito mais tempero e originalidade para se sustentar.


Filme: A Mãe da Noiva
Direção: Mark Waters
Ano: 2024
Gêneros: Comédia/Romance
Nota: 7/10