Se você é fã de “Black Mirror”, precisa assistir ao novo suspense de ficção científica que acaba de chegar na Netflix Divulgação / XYZ Films

Se você é fã de “Black Mirror”, precisa assistir ao novo suspense de ficção científica que acaba de chegar na Netflix

Seguindo a linha da série “Black Mirror”, “Dual” é um suspense de ficção científica que marca a direção e o roteiro de Riley Stearns. O filme foi filmado durante a pandemia de Covid-19, e, por essa razão, a Finlândia foi escolhida como local para as filmagens, dado que os casos da doença estavam sob controle naquele país. Apesar dessa escolha, a narrativa se desenrola nos Estados Unidos, em um tempo que não é especificamente identificado.

A trama gira em torno de Sarah (Karen Gillan), uma mulher na faixa dos 30 anos, que lida com problemas relacionados ao álcool e vive com seu companheiro Peter (Beulah Koale). No entanto, Peter se mostra sempre distante, seja emocionalmente ou fisicamente, devido às suas frequentes viagens de trabalho. A vida de Sarah começa a desmoronar quando ela passa mal e recebe um diagnóstico grave. Mesmo com a seriedade da situação, Peter não altera sua agenda profissional para acompanhar de perto a saúde de sua namorada, o que intensifica a sensação de solidão de Sarah.

Sentindo-se frustrada e isolada, Sarah evita contato com sua mãe. Quando a médica revela que ela sofre de uma doença terminal e que suas chances de sobrevivência são de apenas 2%, Sarah decide procurar uma empresa de tecnologia para encomendar um clone. Este clone supostamente ocupará seu lugar após sua morte, garantindo que Peter e sua mãe, interpretada por Maija Paunio, não fiquem desamparados.

O clone de Sarah acompanha a versão original durante seus últimos dias, tentando entender seus costumes, estilo de vida e personalidade. Contudo, um erro na programação resulta em uma cópia com olhos azuis, enquanto Sarah possui olhos castanhos. Apesar desse defeito, Sarah não se incomoda e acaba recebendo um desconto no valor final do processo. Entretanto, ao voltar para casa, o clone começa a se comportar de maneira invasiva e suspeita, assumindo o controle da vida de Sarah e ocupando um espaço que ainda não está vago.

Peter, por sua vez, se apaixona pela nova Sarah, tratando-a como se fosse uma pessoa completamente diferente. A forma como ela pronuncia seu nome, seu humor e a maneira leve como interage com a mãe são diferentes. A nova Sarah parece se encaixar muito melhor na vida de Peter e da mãe do que a própria Sarah.

Dias depois, a médica informa Sarah sobre os resultados de seu tratamento: ela está em remissão e, milagrosamente, irá sobreviver. Com essa notícia, Sarah decide solicitar o desligamento do clone. No entanto, com Peter e sua mãe defendendo a permanência do clone, Sarah se sente cada vez mais isolada. O clone, então, entra com um processo judicial para garantir seu direito de existir. A justiça determina um duelo entre ambas, a ser realizado em um prazo de um ano, onde a sobrevivente será aquela que se sair melhor, enquanto a outra deverá morrer.

Durante esses 12 meses, Sarah entra em contato com Trent (Aaron Paul), um especialista que a ajudará a se preparar para o duelo contra seu clone. Após um ano de intenso treinamento, elas se reencontram e rediscutem o direito de existir. Ao se identificarem uma com a outra, elas optam por fugir do governo para evitar a necessidade de se enfrentarem no duelo.

“Dual” provoca reflexões sobre a identidade pessoal e a individualidade, levando o público a ponderar sobre o que nos torna verdadeiramente nós mesmos. Além disso, a luta tanto de Sarah quanto de seu clone pela sobrevivência evidencia como uma contagem regressiva para a morte pode intensificar a valorização da experiência vivida em nosso corpo, bem como a aceitação da própria mortalidade. O filme também ilustra como todas as nossas ações podem gerar repercussões inesperadas e inimagináveis, refletindo a complexidade das decisões que tomamos ao longo de nossas vidas.


Série: Dual
Criação: Riley Stearns
Ano: 2022
Gênero: Thriller/Drama/ Ficção científica
Nota: 8

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.