Considerado um dos 10 melhores romances de todos os tempos pelo American Film Institute, filme indicado a 2 Oscars está na HBO Max Divulgação / TriStar Pictures

Considerado um dos 10 melhores romances de todos os tempos pelo American Film Institute, filme indicado a 2 Oscars está na HBO Max

Lançado em 1993, “Sintonia de Amor” é um dos clássicos românticos mais emblemáticos dos anos 1990. O filme reúne um dos casais mais carismáticos do cinema: Tom Hanks e Meg Ryan, cuja química nas telas fez história e os levou a colaborar novamente em outras produções, como “Mensagem Para Você”. Dirigido por Nora Ephron, uma mestre das comédias românticas, “Sintonia de Amor” apresenta uma história de amor inusitada, marcada por encontros e desencontros, e que, à primeira vista, parecia destinada ao fracasso.

A trama gira em torno de Sam Baldwin, interpretado por Tom Hanks, um arquiteto que, após a trágica perda de sua esposa, se muda para Seattle com seu filho, Jonah. Sam, ainda devastado pelo luto, não consegue encontrar motivação para seguir em frente, e sua tristeza torna-se uma preocupação constante para Jonah, que, apesar de sua pouca idade, demonstra uma maturidade surpreendente ao decidir intervir na vida amorosa de seu pai. Em um ato de coragem e determinação, Jonah liga para um programa de rádio noturno e compartilha a história de Sam com milhões de ouvintes.

Essa narrativa tocante e sincera rapidamente se espalha pelo país, fazendo de Sam Baldwin um dos homens mais cobiçados da América. Mulheres de todos os cantos escrevem cartas para ele, encantadas com sua sensibilidade e atraídas por sua dor. A imagem de Sam como um homem de coração partido e dedicado à memória de sua falecida esposa ressoa com muitas, especialmente aquelas que buscam um amor genuíno e profundo.

Entre as muitas mulheres tocadas pela história de Sam está Annie Reed, interpretada por Meg Ryan. Annie é uma jornalista de Baltimore que, apesar de estar noiva, sente que algo está faltando em sua vida amorosa. Ela não consegue ignorar a sensação de que ainda não encontrou seu verdadeiro amor, aquele que faz seu coração vibrar de forma única. Quando ouve Sam na rádio, Annie experimenta uma conexão quase mística, como se seus destinos estivessem entrelaçados. Mesmo sem conhecê-lo, ela se sente espiritualmente ligada a ele, acreditando que talvez Sam seja a peça que falta em sua vida.

No entanto, a realidade não facilita o encontro entre esses dois estranhos. A distância geográfica entre Seattle e Baltimore é um obstáculo significativo, e Sam, ainda preso em seu luto, reluta em acreditar que uma nova história de amor poderia ser possível. Para Annie, porém, a intuição fala mais alto. Em um momento de coragem e após uma reflexão profunda sobre seu relacionamento atual, ela decide romper seu noivado e seguir sua intuição, embarcando em uma jornada para conhecer Sam pessoalmente.

Enquanto Annie cruza o país na esperança de encontrar Sam, a trama constrói uma tensão romântica única, na qual os protagonistas quase não compartilham a tela. Tom Hanks e Meg Ryan passam a maior parte do filme separados, interagindo apenas através das palavras de terceiros ou de pequenas coincidências. Esse afastamento físico entre os personagens aumenta a expectativa do público, que anseia pelo momento em que os dois finalmente se encontrarão.

Quando o tão aguardado encontro finalmente acontece, ele se dá no topo do Empire State Building, uma clara homenagem ao clássico do cinema “Tarde Demais para Esquecer”, de 1957. A cena, hoje considerada uma das mais icônicas do cinema romântico, captura a essência de “Sintonia de Amor”: o poder do destino e da conexão emocional que transcende barreiras físicas.

Apesar do tempo limitado que Tom Hanks e Meg Ryan compartilham em cena, sua química é palpável e foi suficiente para transformar “Sintonia de Amor” em um fenômeno cultural. O filme não apenas consolidou a parceria entre os dois atores, mas também elevou o status de Nora Ephron como uma das roteiristas e diretoras mais talentosas de sua geração. A sutileza com que Ephron equilibra o humor, o drama e o romance fez com que o filme se tornasse atemporal, resistindo ao teste do tempo e mantendo seu lugar no coração dos fãs.

Em 1994, “Sintonia de Amor” foi reconhecido pela Academia com duas indicações ao Oscar: Melhor Roteiro Original, por Nora Ephron, David S. Ward, e Jeff Arch, e Melhor Canção Original, pela música “A Wink and a Smile”, interpretada por Harry Connick Jr. Embora o filme não tenha vencido em nenhuma dessas categorias, sua influência perdura, especialmente nas comédias românticas que se seguiram.

Tom Hanks, que estava no auge de sua carreira durante esse período, também estrelou simultaneamente o aclamado “Filadélfia” de 1993, pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Ator, e deu voz a Woody em “Toy Story” (1995), consolidando ainda mais sua posição como um dos atores mais versáteis e amados de Hollywood.

Além disso, “Sintonia de Amor” é frequentemente citado em listas de melhores filmes românticos. O American Film Institute, por exemplo, incluiu o filme em sua lista das 10 melhores comédias românticas de todos os tempos, reconhecendo não apenas sua qualidade cinematográfica, mas também seu impacto cultural e emocional.


Filme: Sintonia de Amor
Direção: Nora Ephron
Ano: 1993
Gênero: Romance/Drama
Nota: 8

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.