Com sua proposta vibrante e repleta de canções icônicas, o filme em questão é um convite irresistível para quem aprecia tanto o gênero musical quanto os hits inconfundíveis da banda “ABBA”. A adaptação conduzida por Phyllida Lloyd, baseada no espetáculo teatral de Catherine Johnson, conserva a atmosfera encantadora que a banda sueca — composta por Agnetha Fältskog, Björn Ulvaeus, Benny Andersson e Anni-Frid Lyngstad — criou entre os anos 1970 e 1980. O longa percorre uma série de sucessos de grande popularidade ao longo de 108 minutos, embalando a história de uma mulher que lida com os desdobramentos de seu passado amoroso, envolvendo três antigos relacionamentos, em um curto espaço de tempo. Tal enredo é o ponto central do roteiro, que utiliza os momentos musicais para avançar na narrativa e capturar a atenção do público.
Para alguns, no entanto, os momentos de canto e dança podem parecer excessivos, especialmente quando as melodias açucaradas giram em torno de temas como amor, alegria e as influências econômicas na felicidade. Mesmo assim, o carisma e a sintonia do elenco, liderado por nomes renomados, traz um frescor à trama, que consegue transcender as expectativas daqueles menos inclinados ao gênero. O filme utiliza esses números musicais para equilibrar a leveza do enredo com performances envolventes, que surpreendem e encantam.
Desde o início, uma jovem voz feminina dá o tom ao cantar uma melodia enquanto remam sob o luar grego, cenário que envolve e atrai até os mais resistentes. A trama se desenrola em torno de Sophie, filha de Donna, dona de um resort em uma ilha fictícia no mar Egeu. Prestes a se casar, Sophie descobre detalhes surpreendentes sobre o passado da mãe ao encontrar um antigo diário. Esse diário revela que Donna teve três relações casuais no período em que Sophie foi concebida, o que gera o conflito central. A chegada dos três possíveis pais na véspera do casamento desencadeia uma série de situações cômicas e emocionantes.
Ao longo do filme, há um vaivém de emoções e revelações que se complementam. A diretora concentra-se nas nuances das relações entre Donna e suas amigas de longa data, Rosie e Tanya. Meryl Streep, Julie Walters e Christine Baranski dão vida a personagens que, apesar de suas excentricidades, exibem profundidade emocional, algo incomum em musicais desse tipo. Esses momentos proporcionam um contraste entre a leveza e as complexidades da vida adulta, explorando os medos e contradições dessas mulheres bem-sucedidas.
Donna, especialmente, se destaca com sua visão cética sobre compromissos e a vida a dois, enquanto Sophie, em contraponto, busca estabilidade. No núcleo masculino, Pierce Brosnan protagoniza uma das cenas mais marcantes ao interpretar uma das canções mais famosas da banda, em um dueto com Streep. A química entre os dois e a performance emocional de Colin Firth e Stellan Skarsgård mantém a dinâmica do filme e o seu espírito vibrante.
Filme: Mamma Mia!
Direção: Phyllida Lloyd
Ano: 2008
Gêneros: Musical/Comédia
Nota: 8/10